30 de set. de 2010

XIII

Recentemente estive conversando com algumas pessoas sobre intimidade. A liberdade que tomamos quando já somos (ou nos consideramos) íntimos de alguém.
Você dificilmente chega na casa de pessoas que não conhece e pede para que mudem o canal da televisão, ou em um restaurante se vira para as pessoas que estão na mesa ao lado e sugere que escolham peixe ao invés de um filé porque o peixe é mais saudável. Muitas vezes a intimidade se confunde com o direito de escolha do outro, com o direito de "espaço".
A intimidade é muito boa quando queremos conversar sobre nossas aflições e nossos problemas, e mesmo assim, as vezes a intimidade pode atrapalhar.
Tememos julgamentos, tememos as interpretações que os outros podem fazer a nosso respeito. Respeito.
Acredito também que muitas vezes a intimidade conflita com o respeito. O respeito pela individualidade do outro. Ser íntimo de alguém, conhecer alguém intimamente não deve significar ter o direito de impor ao outro as nossas condições de vida.
É saudável mantermos nossa intimidade "íntima", como o próprio nome diz. A nossa intimidade é nossa. Ao abrí-la ou ao entrar na intimidade de alguém, vale sempre lembrar que a nossa intimidade pertence apenas a nós mesmos. E se alguém permitiu compartilhar com você um pouco dessa intimidade, agradeça, e principalmente, respeite.

Nenhum comentário: