30 de set. de 2010

XII

Sobre a Fé e a Anti-Fé

Neste espaço eu gostaria de divagar um pouco mais sobre as crenças (e não crenças) que temos. Tenho notado que é crescente o número de vezes em que é gerada uma certa polêmica religiosa sobre alguns filmes ou livros. Temos diversos exemplos disso, seja a repercussão do Código Da Vinci, o Evangelho Segundo Jesus Cristo, Caim (do Saramago), o novo filme Antichrist (Lars von Trier), entre tantos.
Existem diversas religiões e mais que isso, existem diferentes cultos também.
Tivemos a onda dos punks, skinheads, góticos, etc. Até mesmo o movimento hippie não estava totalmente fora deste contexto. Mesmo a ausência de uma crença, quando enfaticamente defendida, já é por si mesma uma forma de crer.
Em meio as polêmicas existentes, podemos perceber que existem argumentos de defesa para quaisquer dos lados. Não que tenhamos nós o direito de tentar impor a nossa própria crença a outra pessoa, mas por que nos sentimos tão impelidos a defender esta ou aquela religião quando se abre uma polêmica? Qual a necessidade que temos que estamos tentando defender? O que nos faz tomar parte da discussão, ou por que nos sentimos de certa maneira "pessoalmente" atacados? Se somos capazes de respeitar a pessoa que não gosta de carne de porco como nós, ou que não gosta de alface, ou se somos nós que não gostamos de cenoura, por exemplo, e isso não é de forma alguma um problema, por que com religião não conseguimos desenvolver em nós o mesmo respeito?
Já me aconteceu, mais de uma vez, de ser parada na rua na tentativa de ser "convertida". Admiro as pessoas que estão certas e confortáveis com a fé que possuem, mas de forma alguma isso dá a essas pessoas o direito ou a permissão de tentarem impor sua fé para outras pessoas.
Quantas guerras já foram declaradas em nome da religião? Quantos mortos? Em qual religião tal agressão é permitida? A agressão que é feita à liberdade do indivíduo e ao direito de livre arbítrio de cada ser humano toda vez que uma religião é imposta, ou a cada tentativa de coação com a justificativa de se tratar de um ensinamento é o maior princípio possível de arrogância, de determinada pessoa se considerar acima dos demais, independente de suas crenças.
O ladrão que te assalta pode estar motivado pela fome dos filhos que sofrem na casa dele, ou na rua sem um teto onde viver, e ainda assim você estará sendo atacado por ele, independente da razão que o motive.
Qualquer forma de fanatismo é prejudicial, seja para a saúde que temos, seja para a convivência em sociedade. Possuímos mais respostas dentro de nós mesmos do que muitas vezes gostaríamos de supor, portanto, pessoas maravilhosas que são, reflitam com seus próprios corações aonde está o vosso direito de liberdade e aonde se encontra o direito alheio. Não só para a religião, mas para a vida. Respeitem cada vez mais, e sempre mais, as diferenças que existem entre os indivíduos, que é onde se encontram as maiores belezas de nossa humanidade.

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