30 de set. de 2010

IX

Ser Especial

Dessa vez tenho uma confissão a fazer. Eu acreditava que eu era de alguma forma, uma pessoa diferente, especial. Acreditava que o comum era muito pouco, e queria mais, mais de tudo, mais da vida. Acreditava que se contentar com as coisas era um desperdício de toda a capacidade existente em mim. Mas percebi algumas coisas nos últimos tempos. Tenho sim um valor além do valor comum, e esse é o valor que atribuo a mim mesma.
Para mim, não existe nada mais especial ou que valha mais a pena do que eu mesma. Com essa percepção, as pessoas tornam-se ainda mais importantes, cada uma para si mesma. Não existe ninguém prestando tanta atenção em nós como as vezes gostaríamos que estivessem. E isso é um alívio, pois você pode, por si mesmo, cometer todos os erros e acertos que julgar importantes para você.
O comum não existe, nem o tradicional, o normal. O que existe é o correto para cada ser humano, para cada indivíduo, e cada um tem todo o direito de estar e de viver de acordo com a sua própria verdade. Quando a gente percebe que é como as outras pessoas, nem mais, nem menos, nem diferentes e nem iguais, mas estamos todos com as mesmas incertezas, medos, dúvidas, amores, necessidades, carências, coragens e fragilidades, abrimos uma porta enorme para aceitarmos tanto nós mesmos quanto os outros em nossas vidas.
Aceitarmos os erros alheios sabendo que muitas vezes erramos perante os olhos que nos vêem também, mesmo que para nós, não tenhamos cometido erro algum.
São essas pequenas coisas que tornam a vida um bem tão precioso, tão repleta de possibilidades e beleza. Somos todos iguais, e nessa igualdade, tão magnificamente distintos.

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