30 de set. de 2010

É difícil...

É difícil. Escolher um caminho, tomar uma decisão, implica em abrir mão de outro caminho, em assumir perdas. É ainda mais difícil quando se abre mão do conhecido para optar pelo que não se conhece, pelo que não se sabe. Não há muito em quê se apoiar. Não há segurança, não há conforto. Assumo os riscos e recebo em troca apenas a coragem e o orgulho superficial de saber que estou fazendo o melhor que posso, de saber que minhas atitudes são reflexos exatos das minhas verdades. Fico sem futuro, fico sem passado, perco as referências e sobra-me apenas o instante presente para viver. Sei, e ninguém mais tem como saber, o quanto custa abrir mão da segurança e assumir a perda das ilusões e sonhos ao mesmo tempo. Pergunto-me quando estou debaixo dos lençóis e ninguém me escuta, se possuo mesmo toda essa força, se existe dentro de mim toda a coragem que gostaria de possuir. Pergunto-me revirando em minha vida e em meu passado o quanto foram raras as minhas atitudes de real coragem, olho para a criança que eu era e vejo um brilho que dificilmente um dia voltarei a possuir. Tento construir caminhos abrindo trincheiras que não sei aonde podem me levar, mas como não abri-las??? Não há nada que seja mais significativo e importante que os sentimentos e a verdade que espalhamos pela vida enquanto vivemos. Nós um dia não existiremos mais, e só teremos deixado as atitudes que tivemos para aqueles que ainda ficarem. Sei que pode não haver recompensa, mas ainda assim de minha parte, haverá a luta. Sei que pode não haver um tesouro escondido atrás da montanha, mas ainda assim, de minha parte, haverá a escalada. Sei que posso perder tudo, inclusive a mim mesma durante essa busca, mas de minha parte, ainda assim estarei buscando. Não importa se o que me movimenta é uma confiança ou fé cegas, ou se é apenas minha obtusa teimosia. Afinal... que diferença faz o que me move, se afinal estou me movendo?

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