31 de mai. de 2010

E continua...

Capítulos novos, capítulos velhos. Nem todas as páginas podem ser arrancadas, nem todas as folhas podem ser rasgadas. As vezes, muitas vezes, era só isso que eu queria, rasgar, deitar fora... Então percebo que não são as palavras que escrevo ou as páginas do livro da minha vida que eu gostava de destruir... é muito mais o que existe dentro de mim agora, é o que eu sinto que eu gostaria de poder ver queimar, transformar-se em cinza, evaporar...
As páginas que a gente escreve não podemos mudar, mas podemos tentar criar um novo capítulo, melhor. O que a gente sente, no instante presente, não há borracha inventada que possa apagar. As vezes, muitas vezes, melhor seria não sentir.
Aos poucos, se aproxima a hora de terminar esse livro, e me pergunto... que diferença real terá feito escrevê-lo?
Ainda em tempo... que se pesem as consequências. Que se avaliem as atitudes. E que seja cobrado o preço.

13 de mai. de 2010

Princípio

E no princípio era o pó. Páginas em branco onde tudo poderia ser escrito. Tantas e tantas páginas que não havia necessidade de muita seleção, de muito cuidado. Tudo parecia válido, rabiscos, riscos, borrões. Poderíamos escrever, apagar, riscar sem muita necessidade de edição. Mas o tempo passa, e com a idade, percebemos que não existe um número infinito de páginas. O que lá vai, lá fica registrado, guardado. Passamos a ser mais seletivos, cuidadosos com as postagens de nossas vidas. Erros ainda são cometidos, sempre serão. Tem até certa graça ler os rabiscos antigos, quando não existem feridas não cicatrizadas pelo meio.
Este é mais um início, um capítulo no meio de outros, páginas a mais no livro da vida, que um dia foi pó e ao pó há de retornar em algum momento.