13 de mai. de 2010

Princípio

E no princípio era o pó. Páginas em branco onde tudo poderia ser escrito. Tantas e tantas páginas que não havia necessidade de muita seleção, de muito cuidado. Tudo parecia válido, rabiscos, riscos, borrões. Poderíamos escrever, apagar, riscar sem muita necessidade de edição. Mas o tempo passa, e com a idade, percebemos que não existe um número infinito de páginas. O que lá vai, lá fica registrado, guardado. Passamos a ser mais seletivos, cuidadosos com as postagens de nossas vidas. Erros ainda são cometidos, sempre serão. Tem até certa graça ler os rabiscos antigos, quando não existem feridas não cicatrizadas pelo meio.
Este é mais um início, um capítulo no meio de outros, páginas a mais no livro da vida, que um dia foi pó e ao pó há de retornar em algum momento.

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