29 de ago. de 2016

Eu te Amo

É isso: Eu te amo.
Tanto, e com tanta força, que meu coração se aperta, se espreme... e se expande nesse amor. Amor maior? Não há. E nem mais compreensivo, mais intenso e tão grande, que acho que tem até alguma sabedoria nele.
A sabedoria de tudo que a gente já partilhou e que você já me ensinou e mostrou.
Um amor mesmo imenso, e que agora de vez enquando vem me sussurrar no ouvido: "que merda!". As vezes ainda me sussurra pior:"que grande porra isso!!!", "que caralho!!!". Isso, essa coisa da distância. Isso de eu não conseguir aliviar em nada tudo que anda difícil pra você.
Não devia ser assim... eu não queria que existisse nada difícil pra você. Nada que doesse, nada que causasse algum desconforto ou dificuldade. Eu te amo tanto...
Aí esse mesmo amor vem me sussurrar sobre você, sobre a gente. E tudo que você me ensinou, me ajudou e me ensinou a "abrir a cabeça" pra saber.
Saber que eu te amo, e que estou aqui e sempre estarei, prontinha pra voar pra te dar um abraço, pra estar do seu lado, pra viver do seu lado o tempo que for e quando você quiser. Quando você quiser - não antes, não depois.
Porque se o que te faz mais feliz é saber que está tudo bem, tenho muito que fazer para estar tudo bem, e para voar nas alturas que você gostaria de me ver voar.
Não é fácil... mas faz sentido voar. E descobrir até que altura as asas aguentam. Por mim. Pra usar tudo que aprendi. Pra fazer valer.
E terá que valer.
O que não vale é essa distância física que aborrece e que separa o abraço e o apoio que eu queria poder ser pra você e te dar. Queria. Quero.  Mesmo.
Mas será que você quer? Seria bom?
Você não estar bem é mais que uma merda, (é melhor nem tentar dizer o que é porque só me vem palavrões horríveis na cabeça).
Queria estar com você. Queria arrancar qualquer coisa que te doa, brigar com o mundo, te dar um abraço gigantesco, estar do seu lado e nunca te largar.
Mas sabe a ironia? Você me ensinou mais que isso. Me mostrou como ser melhor que isso. E talvez as pessoas não percebam que não estar aí do seu lado agora não é por mim... por mim eu estaria. Já.
É por você. É por nós dois. E por tudo que penso saber.
E dói pacas...
Porque eu te amo.

20 de ago. de 2016

Entrego. Confio. Aceito. E agradeço.

Já fui tanta coisa... quase que já fui tanta gente. Tambem já fui vento, já fui mar e já fui sol. Já fui noite e já fui dia. Já fui pequena, já fui grande. Já fui sozinha e já fui multidão.
Agora eu não sei muito bem o que sou, senão a soma e a mistura de tudo aquilo que já fui e dos desejos do que ainda me falta ser. Existem fases assim, em que todo o conhecimento adquirido e toda a experiência somatizam num estado de simplicidade e de humildade do reconhecer que apesar de tudo, não sei nada, só aquilo que eu soube um dia e que hoje já não sei.
Momentos em que há como que uma batida à porta, mas é preciso abrir tanto espaço para deixar o que nos é desconhecido entrar... É preciso abandonar o que se conheceu, o que se soube, o que se foi.
E de repente de tudo que já fui, reconheço o ar um pouco nostálgico e familiar da despedida. Quantas despedidas juntas, eu não sei. Mas reconheço o ar que as trás, o vento a mudar de direção, a querer fazer uma curva. Já fui vento, eu sei...
E escorre pelos dedos os grãos de areia que já aprendi a não tentar segurar. É tempo de deixar ir... de deixar acontecer, de aceitar.
E aceito. Confio. Jogo para o ar a areia que me escorria pelas mãos - que vá para onde tiver que ir, que ganhe asas para voar.
Eu já fui a que voa. A que sopra. Já fui tanta coisa... Agora, sou eu.