30 de set. de 2010

Minha prece (2008/9)

Olha aí, talvez alguém deva falar alguma coisa. Grande Universo sobre as nossas cabeças, será que não vês mesmo o que se passa por aqui? Olha bem, desse ângulo que só você tem, e percebe bem esses olhares cheios de desespero, de angústia, de insatisfação. Quantos, quantos, oh meu Deus, quantos corações solitários, perdidos, desesperados e sedentos por não se sabe o quê?! Pára tudo. Pára por um instante que seja. Não está vendo o quanto as cabeças andam se batendo nas paredes, dando voltas e mais voltas em círculos? Olha aí, que eu sou só mais uma cabeça a bater, mas não é só por mim que digo, não! Pois sou mais um número dentre tantos, e já pouco me importa, mesmo. Mas me importa ver tamanha dor, oh meu Deus! Cadê as estrelas que ficam ali, paradas, tão bonitinhas brilhando em seus lugares certinhos enquanto o caos e o desespero se instalam aqui? Olha lá, é natal e nem parece dezembro. Já daqui a pouco é outro ano e o mundo nem saiu ainda do antigo. Tem fome demais. Fome de tudo. Tem dor demais. Dores de todos os tipos. Tem rancor demais! Falta de amor, falta de paciência. Cada um olha só por si (e é claro que sim, porque estão doídos demais para ver qualquer outra coisa!) e ninguém percebe o resto, não se consegue olhar ao redor. Olha lá, mas por favor, olha mesmo, e pára um minutinho “se faz favor” e vê se dá pra fazer alguma coisa pelos desesperados, pelos que sofrem, pelos que choram. Pelos que se sentem sós, pelos que perderam algo que não há como repor... Acalenta esses corações, todos os corações, porque eu sei que dá. Derrama um pouco de paz nesse mundo, espalha um pouquinho só de consciência, de compaixão. Dá um pouco de colo para aqueles que precisam – e para aqueles que acham que não precisam também. Espalha um pouco da beleza da criação, faz transbordar um pouco do excesso de sentimentos bons, de esperança, de fé seja lá no que for. Olha, por favor. ... obrigada, amém.

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