30 de set. de 2010

VIII

Solidão

As vezes lamentamos alguns espaços vazios em nossas vidas, nos sentimos sós. Podemos ter pessoas ao nosso lado e ainda assim nos sentirmos sós. Na realidade, somos seres humanos solitários, assim nascemos e assim morreremos. Aceitar isso como a realidade da vida é fundamental para que possamos usufruir da melhor maneira os momentos em que duas ou mais pessoas se encontram na mesma sintonia, dividindo instantes e pedaços do caminho de nossas vidas. Acreditar que é possível viver a vida de outra pessoa ou que uma outra pessoa pode viver a nossa vida, sentir nossos sentimentos, pensar nossos pensamentos ou conhecer o mundo que existe dentro de nós é ilusão, não faz parte de nossa natureza, pode no máximo, fazer parte de nossas expectativas – o que não quer dizer que deixem de ser ilusões por isso. As pessoas que cruzam nossa vida sempre possuem algo que nos podem ensinar, nos possibilitar amadurecer ou simplesmente abrir um espaço para que possamos, com mais clareza, percebermos melhor a nós mesmos. Muita gente tem medo da solidão, e não percebe que não há maior possibilidade de nos compreendermos do que estando sós com nós mesmos. Ninguém precisa ser uma ilha por isso ou um ermitão. A nossa vida pode possuir inúmeros encontros e desencontros, muitos amigos com quem compartilhar nossas alegrias e tristezas, muitos braços e abraços que nos apóiem nos instantes mais complicados, mas ainda assim, a vida de cada um, a jornada de cada um é uma jornada solitária, onde nos cabe encontrar as nossas respostas, realizar as nossas descobertas, encontrar nossa satisfação e conhecimento. Quanto mais cedo aceitamos essa realidade, mais cedo tomamos para nós a responsabilidade de nossas vidas, de nossos atos e nosso futuro.

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