30 de set. de 2010

Desaparecer

Eu quero desaparecer dentro de mim mesma, mergulhar na luz e no entendimento de mim mesma. Tirar para mim mesma esse tempo e esse espaço. Permitir que a compreensão inunde meu espírito e como uma luz, ilumine a minha própria escuridão. Quero desaparecer em meio as minhas próprias sensações e reconhecer a vida existente em mim. Como uma estrela cadente que explode alta no céu quero permitir em mim a explosão e o transbordo de luz. Não existe sentido em fazer com que outros percebam a realidade que me toma e condensa-se em mim. Quanto mais me torno névoa por fora, mas densa me transformo por dentro. Muito já deixei cair pelo caminho, muito ainda à deixar. Não quero as coisas pequenas que me tomam o dia e o tempo. Não quero as desculpas e falsos lampejos de hipocrisia e apego. Renego as necessidades do ego. Renego. Renego. Renego. A ilusão do instante presente não me convence. A preocupação do tempo futuro não me preocupa. Desapareço dentro de mim para me tornar quem sou. Explode em mim a luz. É tênue o sentimento que ainda me liga ao meu apego. A linha se estica, se afina, ainda não se rompe. A eternidade em um único sentimento. A compreensão através de um único desejo. A ausência total de temor, a ausência total da necessidade. Então essa é a verdade, onde tudo e nada são a mesma coisa, e essa coisa é o estado absoluto. Eu mergulho. Eu sinto, eu reconheço o sentimento. Eu me liberto, eu não lamento pois não há o que se lamentar. Eu desapareço dentro de mim mesma. Enfim, eu me liberto. E o nome dessa liberdade é reconhecimento, é aceitação. O nome dessa liberdade é amor. Amor sob vontade.

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