Porquê: Eu sou uma alma livre presa em um corpo, mas não limitada por ele.
21 de out. de 2010
# 2
Make mistakes, but make it trying to hit, to be more, be better. Dream, but dream about the prospect of doing, to accomplish. Do not do anything for anybody, do it because you choose to do. There is no merit or achievement if there is no one to share. There is no life if there's no reason, no goal.
19 de out. de 2010
# 1
Vem dos recantos mais escondidos daquilo que em mim habita as certezas que trago em mim, e de nada adianta vir se o véu que crio serve de coberta e abrigo. Enxergar o abismo existente entre o saber e o fazer não transforma o homem que sabe no homem que realiza.
4 de out. de 2010
Ausência
Vou estar sem internet nos próximos dias, o que poderia ser uma "ausência", mas não é. Porque não existe ausência quando o coração está presente. :)
3 de out. de 2010
Saudades!
Essa manhã o dia não nasceu, veio chegando devagar e cinzento, molhando as ruas de Lisboa e fazendo barulho com o vento a ir de encontro com as casas e telhados, procurando saída entre becos e espaços.
Faz frio, mas um frio apenas de aviso, a dizer que isso é só o princípio, só um anúncio para dias ainda mais frios e cinzentos.
Entre blues, cafés e um ou outro cigarro, escuto o vento a dançar, a pregar sua religião do inverno que se aproxima, e desejo ter uma inspiração que simplesmente não vem.
Na cabeça, memórias de filmes e livros, de contos e de sonhos, coisas e imagens demais pra tentar colocar em alguma ordem ou pensamento consciente e organizado.
Uma casa que precisa de alguma arrumação, roupas que precisam secar mas não secam, uma vontade de sabe-se lá de quê. Um silêncio interior que conforta, uma paz interna que aconchega, uma saudade grande de pessoas queridas.
Saudade grande, mas saudade boa. Que trás lembranças doces que são como abraços. Lembranças de risadas, conversas, cafés e almoços. Casamentos, danças e do compartilhar de sofrimentos e tristezas. Sensação boa a de saber presentes ou ausentes, a certeza de estar só e nem por isso sozinha.
Mais que isso, é a sabedoria de cada momento vivido e vivido com verdade, com presença absoluta do corpo, da alma e do coração. A vontade de transmitir essa verdade, a de que a saudade é como a lareira que aquece o inverno que chega.
Talvez eu nunca tenha estado tão longe, e ao mesmo tempo, nunca tenha estado tão perto.
Estou suficientemente perto para inclusive, dar e sentir um abraço, estou dando o abraço, sentindo o abraço mesmo agora. E o que é o amor, senão isso?
(Saudades de vocês!)
Faz frio, mas um frio apenas de aviso, a dizer que isso é só o princípio, só um anúncio para dias ainda mais frios e cinzentos.
Entre blues, cafés e um ou outro cigarro, escuto o vento a dançar, a pregar sua religião do inverno que se aproxima, e desejo ter uma inspiração que simplesmente não vem.
Na cabeça, memórias de filmes e livros, de contos e de sonhos, coisas e imagens demais pra tentar colocar em alguma ordem ou pensamento consciente e organizado.
Uma casa que precisa de alguma arrumação, roupas que precisam secar mas não secam, uma vontade de sabe-se lá de quê. Um silêncio interior que conforta, uma paz interna que aconchega, uma saudade grande de pessoas queridas.
Saudade grande, mas saudade boa. Que trás lembranças doces que são como abraços. Lembranças de risadas, conversas, cafés e almoços. Casamentos, danças e do compartilhar de sofrimentos e tristezas. Sensação boa a de saber presentes ou ausentes, a certeza de estar só e nem por isso sozinha.
Mais que isso, é a sabedoria de cada momento vivido e vivido com verdade, com presença absoluta do corpo, da alma e do coração. A vontade de transmitir essa verdade, a de que a saudade é como a lareira que aquece o inverno que chega.
Talvez eu nunca tenha estado tão longe, e ao mesmo tempo, nunca tenha estado tão perto.
Estou suficientemente perto para inclusive, dar e sentir um abraço, estou dando o abraço, sentindo o abraço mesmo agora. E o que é o amor, senão isso?
(Saudades de vocês!)
2 de out. de 2010
Espelho
E ao olhar no espelho, percebeu que era gente, que era carne, osso, virtudes e defeitos. Percebeu que usava roupas, e vestia-se de atitudes e conceitos.
Percebeu que sendo gente, era também sentimentos e razões. Viu que era tanto grande quanto pequena, e que também possuía casca.
Reconheceu que era quem era, e que ser quem se é não é tarefa fácil, mas possível. Porque não é preciso sorrir sempre, às vezes chorar também é importante. Nem ser forte sempre, porque existe grande força nas fraquezas.
Olhou-se no espelho, e atrás do reflexo visto, viu também inúmeros rostos, rostos que olham por sobre seus ombros na imagem refletida – e que ajudavam a compor a imagem que então via.
Ao olhar os reflexos dos rostos e o de si, sorriu, sorriu com satisfação. Ainda mais que isso, sorriu com gratidão. Era seu reflexo, sua história, e era também as pessoas em seu coração.
Percebeu que sendo gente, era também sentimentos e razões. Viu que era tanto grande quanto pequena, e que também possuía casca.
Reconheceu que era quem era, e que ser quem se é não é tarefa fácil, mas possível. Porque não é preciso sorrir sempre, às vezes chorar também é importante. Nem ser forte sempre, porque existe grande força nas fraquezas.
Olhou-se no espelho, e atrás do reflexo visto, viu também inúmeros rostos, rostos que olham por sobre seus ombros na imagem refletida – e que ajudavam a compor a imagem que então via.
Ao olhar os reflexos dos rostos e o de si, sorriu, sorriu com satisfação. Ainda mais que isso, sorriu com gratidão. Era seu reflexo, sua história, e era também as pessoas em seu coração.
30 de set. de 2010
O Por quê deste Blog:
Porque as coisas são como são, e porque a realidade de cada um é aquela que cada um escolhe.
Divagações
Nossa vida pertence apenas a nós mesmos, e a única pessoa que irá um dia responder por ela somos nós. Assim como a vida de uma outra pessoa pertence apenas à ela e não a nós. É fácil sermos o mais “bonitinho”, o mais “certinho”, o mais “normal”. Difícil é assumirmos que nem sempre somos assim, e que as vezes as coisas que queremos é diferente daquilo que teoricamente, deveríamos querer.
Assumir essas diferenças é mais do que nos assumirmos como somos, é pegarmos para nós a responsabilidade de nossas ações, independente do quanto isso possa ser compreendido ou não pelas outras pessoas.
Um erro que muitas vezes a gente comete injustamente, é nos acharmos capazes de formar uma opinião sobre uma atitude de uma pessoa. O que sabemos para formarmos essa opinião? Conhecemos assim tão bem a história da vida dessa pessoa? Conhecemos assim tão bem as fraquezas que essa pessoa tem e as motivações que essa pessoa teve?
Como é fácil formarmos uma opinião e um julgamento! E como somos injustos ao fazermos isso! Não sabemos das dores e alegrias de ninguém, não importa o quão próximos sejamos de alguém. Temos a mania de acharmos que sabemos tudo, que somos capazes de fazer julgamentos imparciais, quando na verdade estamos fazendo juízo de valores, e valores que nunca serão iguais aos nossos.
Não importa o quanto possamos saber da vida ou de nós mesmos, não sabemos nem nunca saberemos tudo a respeito de outra pessoa, e aceitarmos uma pessoa com todas as características (defeitos, virtudes e comportamentos) que aquela pessoa tem é o respeito que todo ser humano merece.
É muito fácil nos sentirmos ofendidos, magoados ou ressentidos com alguém, o difícil é percebermos que a pessoa pode não ter tido nenhuma intenção de nos atingir, pode nem mesmo ter pensado em nós, e ter agido de acordo com ela mesma. Nós tornamos coisas pessoais quando nem sempre as coisas tem relação conosco. Queremos acreditar que somos a causa de comportamentos de outras pessoas, quando na verdade, a maior causa para uma pessoa ter ou não uma atitude é a própria pessoa.
Assumir essas diferenças é mais do que nos assumirmos como somos, é pegarmos para nós a responsabilidade de nossas ações, independente do quanto isso possa ser compreendido ou não pelas outras pessoas.
Um erro que muitas vezes a gente comete injustamente, é nos acharmos capazes de formar uma opinião sobre uma atitude de uma pessoa. O que sabemos para formarmos essa opinião? Conhecemos assim tão bem a história da vida dessa pessoa? Conhecemos assim tão bem as fraquezas que essa pessoa tem e as motivações que essa pessoa teve?
Como é fácil formarmos uma opinião e um julgamento! E como somos injustos ao fazermos isso! Não sabemos das dores e alegrias de ninguém, não importa o quão próximos sejamos de alguém. Temos a mania de acharmos que sabemos tudo, que somos capazes de fazer julgamentos imparciais, quando na verdade estamos fazendo juízo de valores, e valores que nunca serão iguais aos nossos.
Não importa o quanto possamos saber da vida ou de nós mesmos, não sabemos nem nunca saberemos tudo a respeito de outra pessoa, e aceitarmos uma pessoa com todas as características (defeitos, virtudes e comportamentos) que aquela pessoa tem é o respeito que todo ser humano merece.
É muito fácil nos sentirmos ofendidos, magoados ou ressentidos com alguém, o difícil é percebermos que a pessoa pode não ter tido nenhuma intenção de nos atingir, pode nem mesmo ter pensado em nós, e ter agido de acordo com ela mesma. Nós tornamos coisas pessoais quando nem sempre as coisas tem relação conosco. Queremos acreditar que somos a causa de comportamentos de outras pessoas, quando na verdade, a maior causa para uma pessoa ter ou não uma atitude é a própria pessoa.
Raízes
Deixa-me perder em meus pensamentos um pouco, e me permitir sonhar quando eu sei que não deveria. Deixa-me tirar meus pés do chão e voar, mesmo quando sei que voltar ao chão me fará quebrar meus ossos, mas meu coração precisa desse vôo, minha alma precisa desse respiro, desse levitar das batidas do meu peito. Não importa o quão cinza seja a realidade quando abro minha janela, nem quantas histórias deixaram de ter o final feliz que eu gostaria, não importa quantas vezes a fé foi abalada ou os contos de fadas ficaram interrompidos com reticências e sem o viveram felizes para sempre. É quando sento e fecho meus olhos que vejo voar minha alma e minhas esperanças, é quando sinto todo o amor pelo mundo inteiro a bater com as batidas do meu coração, é quando a lembrança de olhares doces e sorrisos plenos me invadem, e sou feliz. Se é uma felicidade que jamais alcançarei na realidade dos meus dias não me importa, porque ao me permitir sonhar posso viver tudo aquilo que eu quiser. Não importa o quanto seja difícil, eu enxergo minhas fraquezas e covardias, enxergo meus medos e vejo tudo que tanto me custa. Mas não me custa nada, absolutamente nada sonhar e inventar na minha cabeça as histórias e finais que eu bem entender. Não me importa nada, nada, nada se eu em meu pensamento sou capaz de voar e chegar aonde eu bem entender. Se eu fosse mais racional, eu saberia que não poderia deixar-me levar. Se eu fosse mais racional, perceberia que sem quem olhasse por mim, posso me perder em qualquer esquina ou em qualquer situação, posso acabar sentada em uma calçada qualquer esperando por algum milagre ou por alguma doação, posso acabar de qualquer maneira, porque nunca fui boa em tomar conta de mim mesma, nunca me importei muito com isso, nem sei mais lidar com as coisas que antes eu sabia. Eu já soube ser suficientemente dura e fria, já soube viver entre leões e defender com os dentes meus pedaços de carne, já soube passar por cima de conceitos e lidar com um mundo selvagem, soube o suficiente para saber que não me importo mais. E eu sei que se não houver quem olhe por mim, as coisas podem realmente acabar mal, mas também pode ser que eu encontre alguma forma de equilíbrio em tudo isso. Eu não sei viver sem ouvir meu coração, e essa é a minha verdade. Eu não sei viver sem ouvir cada sussurro e cada batida do meu peito, e minha verdade pura e simples é essa. Foi difícil perceber que eu era alguém para agradar aos outros e não eu mesma, foi difícil reconhecer que é mais fácil ser alguém para ser aceita do que ser quem realmente se é, e não tenho intenção alguma de dar passos para trás tendo chegado aonde eu cheguei. E por melhor que seja qualquer coisa, há a verdade e essa não é negociável. Uma teimosia, uma certeza e uma convicção. Sim, eu reconheço que os dias são mais fáceis aqui. Reconheço que a vida aqui está pronta, e que tudo é muito mais simples, reconheço e também reconheço que não me sinto mais como eu me senti um dia, quando tudo isso já foi parte de mim. Não é mais. Talvez um dia pudesse voltar a ser, mas eu olhei através da fechadura uma outra vida, uma outra possibilidade, e deu vontade de experimentar... uma tolice, talvez, como uma criança que deseja experimentar um pirulito quando tem uma bala na boca... talvez... eu me questionei demais, e me perdi demais em questões que acabaram por me levar a raiz de mim mesma, quando consegui voltar ao que era minha vida, ao que era a essência de mim. E tantos caminhos percorridos por mais tenebrosos, fáceis ou difíceis que tenham sido me fizeram ver e perceber as coisas de uma outra forma. Não sou mais a pessoa que eu era, e de uma certa maneira, sou mais a pessoa que sempre fui. Não é uma ilusão ou um sonho, é uma vontade de simplesmente ser, e ser aqui é difícil, é quase impossível, porque existem paredes a minha volta, existe uma jaula de grades invisíveis. Talvez essa jaula exista só dentro da minha imaginação, mas está ali. E aqui não sou eu, sou uma coisa feita para agradar e não machucar, não ofender, aqui sou uma invenção de mim mesma e não eu. E ao olhar nos olhos das pessoas percebi que as pessoas não sabem mais quem eu sou, e que nem eu sei mais como devo ser. Queria conseguir acreditar que existe uma alternativa intermediária e que assim todos os problemas teriam uma solução, mas aprendi a ver as coisas com as sombras que elas tem, e não dá para achar que tudo é lindo e pleno e que não existem altos e baixos. Existem. E sim, eu sei que fico olhando para os lados pensando aonde posso então fixar meu olhar para encontrar o apoio que eu gostaria, e me encostar aonde pode existir alguma sustentação, mas de repente eu me percebo fazendo isso, tentando fazer isso, e não quero mais, não faço mais, não quero acomodação. Achei que faria, e não faço. Percebo que sou capaz de não fazer. Percebo que as coisas são realmente boas por aqui, e também que não sou eu, estou vazia de mim.
Mundos
Saímos de nossas casas, saímos de nossas mentes para encontrar o mundo. Mas não conseguimos sair de nós mesmos, não conseguimos nos ver da forma com que as outras pessoas nos vêem nem tão pouco nos vermos em toda a nossa complexidade. Nos habituamos em nossa zona de conforto e aceitamos as peças e armadilhas que nosso próprio cérebro nos impõe para não percebermos o quanto apesar de nos afastarmos de nossa zona de conforto nos mantemos presos a ela. Damos voltas e mais voltas na expectativa e na esperança de nos tornamos serem maiores, mais evoluídos e mais sábios quando somos vítimas de nossas próprias piadas. Saímos de uma ilusão para mergulharmos em outra, e são camadas dentro de camadas de novas expectativas e de novas ilusões. Grandes fragilidades e medos, necessidades que não queremos reconhecer em nós mesmos. E em nossas mentes mergulhamos e nos afundamos cada vez mais e mais.
Abandono facilidades para sair a procura de novas facilidades, regadas com a ilusão de serem mais difíceis ou mais complicadas. Enxergamos apenas aquilo que queremos enxergar, não estamos preparados para enxergar tudo sobre coisa alguma, muito menos quando se trata de nós mesmos.
Não somos o centro do universo, quando muito, permitimo-nos ser o centro de nós mesmos. E não há qualquer conforto, qualquer descanso, qualquer refúgio para que nos salvemos do universo infinito que existe dentro de nós. Alguns lutam porque se querem conhecer, se querem descobrir e esperam por uma transformação e um desabrochar. E como precisamos acreditar numa transformação! E como precisamos acreditar num desabrochar! Porque é difícil encararmos as realidades da vida, é difícil enxergarmos a nossa própria pequenez e inutilidade. Seja através da arte, da música ou da dança, seja através do amor, da busca pelo sucesso ou de qualquer outra procura, arrumamos desculpas para nós mesmos, arrumamos saídas falsas e ilusões para percebermos aquilo que queremos perceber.
O amor, seja na forma mais plena, absoluta, incondicional de amor, nos possibilita vermos mais do que poderíamos ver sem que ele existisse, mas não nos permite ver além dele próprio, e podemos nos tornar a mais pura e plena expressão de amor, o que não significa que nos tornamos conhecedores dele ou sábios de qualquer maneira.
E vejo-me crescer para ver-me tornar pequena. E vejo-me liberta para tornar-me dependente, vejo-me transformar para retornar ao ponto de partida, e fecho-me num eterno círculo sem volta e sem saída, num eterno buscar onde se desenha meu caminho e onde não há escapatória ou destino final, é ir, e ir, e ir, e ir até que não haja mais vida para possibilitar qualquer caminhada. E no caminhar cada ser humano é capaz de ter as mais nobres ou parvas atitudes, ser o mais egoísta ou altruísta, ser o mais capaz ou o maior dos infelizes, fazemos nossas escolhas que vão definir a pessoa que somos mas não altera o nosso ponto de chegada ou de partida.
Não faz diferença pelas estradas que caminhemos ou pelos sonhos que deixemos pelo caminho, sempre vamos da forma que achamos melhor, da forma que desejamos ir, independente se usamos as armadilhas e artimanhas de nosso cérebro para justificar nossos atos e escolhas como certas ou erradas.
E assim, numa consciência entorpecida e desacordada, vagueamos feito zumbis de nós mesmos, preenchendo-nos de ilusões e desejos, de sentimentos e crenças.
Lembro-me da criança que eu fui, de mim adolescente, depois adulta. Sou outra pessoa e sou ainda e serei sempre o reflexo daquilo que foram meus pais, meus amigos, minha história. Posso virar a mesa, posso mudar a história, e fazer curvas em sentido contrário ou de noventa graus, continuarei a ser eu mesma, continuarei a buscar as mesmas coisas, a cometer as atitudes que me parecerem mais acertadas, a agir em nome de meus conceitos e de meus valores, e não importa que mudem as personagens ao meu redor, não importa que mude meu dia a dia ou minha rotina, não importa que meus olhos estejam abertos ou fechados nem importa a consciência ou falta dela que eu tenha na vida, ainda permanecerei vendo apenas aquilo que eu quiser, ainda permanecerei sendo aquilo que eu quiser, sofrendo das mesmas angústias, dos mesmos sonhos e caprichos, das mesmas necessidades e ambições. Pois sou eu, humana e fraca, e tomada pelos instintos mais básicos e primitivos daquilo que considero como eu mesma, mesmo que eu não saiba ou reconheça quem sou eu.
Abandono facilidades para sair a procura de novas facilidades, regadas com a ilusão de serem mais difíceis ou mais complicadas. Enxergamos apenas aquilo que queremos enxergar, não estamos preparados para enxergar tudo sobre coisa alguma, muito menos quando se trata de nós mesmos.
Não somos o centro do universo, quando muito, permitimo-nos ser o centro de nós mesmos. E não há qualquer conforto, qualquer descanso, qualquer refúgio para que nos salvemos do universo infinito que existe dentro de nós. Alguns lutam porque se querem conhecer, se querem descobrir e esperam por uma transformação e um desabrochar. E como precisamos acreditar numa transformação! E como precisamos acreditar num desabrochar! Porque é difícil encararmos as realidades da vida, é difícil enxergarmos a nossa própria pequenez e inutilidade. Seja através da arte, da música ou da dança, seja através do amor, da busca pelo sucesso ou de qualquer outra procura, arrumamos desculpas para nós mesmos, arrumamos saídas falsas e ilusões para percebermos aquilo que queremos perceber.
O amor, seja na forma mais plena, absoluta, incondicional de amor, nos possibilita vermos mais do que poderíamos ver sem que ele existisse, mas não nos permite ver além dele próprio, e podemos nos tornar a mais pura e plena expressão de amor, o que não significa que nos tornamos conhecedores dele ou sábios de qualquer maneira.
E vejo-me crescer para ver-me tornar pequena. E vejo-me liberta para tornar-me dependente, vejo-me transformar para retornar ao ponto de partida, e fecho-me num eterno círculo sem volta e sem saída, num eterno buscar onde se desenha meu caminho e onde não há escapatória ou destino final, é ir, e ir, e ir, e ir até que não haja mais vida para possibilitar qualquer caminhada. E no caminhar cada ser humano é capaz de ter as mais nobres ou parvas atitudes, ser o mais egoísta ou altruísta, ser o mais capaz ou o maior dos infelizes, fazemos nossas escolhas que vão definir a pessoa que somos mas não altera o nosso ponto de chegada ou de partida.
Não faz diferença pelas estradas que caminhemos ou pelos sonhos que deixemos pelo caminho, sempre vamos da forma que achamos melhor, da forma que desejamos ir, independente se usamos as armadilhas e artimanhas de nosso cérebro para justificar nossos atos e escolhas como certas ou erradas.
E assim, numa consciência entorpecida e desacordada, vagueamos feito zumbis de nós mesmos, preenchendo-nos de ilusões e desejos, de sentimentos e crenças.
Lembro-me da criança que eu fui, de mim adolescente, depois adulta. Sou outra pessoa e sou ainda e serei sempre o reflexo daquilo que foram meus pais, meus amigos, minha história. Posso virar a mesa, posso mudar a história, e fazer curvas em sentido contrário ou de noventa graus, continuarei a ser eu mesma, continuarei a buscar as mesmas coisas, a cometer as atitudes que me parecerem mais acertadas, a agir em nome de meus conceitos e de meus valores, e não importa que mudem as personagens ao meu redor, não importa que mude meu dia a dia ou minha rotina, não importa que meus olhos estejam abertos ou fechados nem importa a consciência ou falta dela que eu tenha na vida, ainda permanecerei vendo apenas aquilo que eu quiser, ainda permanecerei sendo aquilo que eu quiser, sofrendo das mesmas angústias, dos mesmos sonhos e caprichos, das mesmas necessidades e ambições. Pois sou eu, humana e fraca, e tomada pelos instintos mais básicos e primitivos daquilo que considero como eu mesma, mesmo que eu não saiba ou reconheça quem sou eu.
...
And then, I ask myself “Can I do it?” and I get the answer “Yes, will be hard, I know… but I want to do it?” and I get the answer “No, I don’t want to do it”… I ask me again “Do I have to do it?” And I know “Yes, I have to. I have to …”
Almas Inquietas
Eu vi os olhares pelas ruas, vi a inquietação nos gestos. Vi aquele que regressava à casa, para a família, esposa e os filhos e se perguntava se a vida era só aquilo, se questionava como preencher o imenso vazio que cobria seu peito. Eu vi a menina de mãos dadas com o namorado e o seu olhar de cobiça para o rapaz bem apanhado que entrava distraído. Eu vi a velha senhora que folheava um livro qualquer se perder em pensamentos de como era absurdo o comportamento do filho, que só fazia escolhas erradas na vida. Vi os olhos do velho recuarem no passado para relembrar o amor ausente, que ele não soube manter. Eu vi as almas inquietas, insatisfeitas, a procura de consolo em qualquer lugar que não neles mesmos. Eu vi a mulher batalhadora sem perguntas no olhar, apenas indo para mais um dia de trabalho buscar o sustento dos filhos ainda pequenos, ali não havia tempo para pensar, mas haverá. Eu vi as crianças brincando querendo os brinquedos umas das outras. Eu vi o tempo passando. Vi meus pés cheios de bolhas, senti o peso das minhas costas e me dei conta dos meus cabelos brancos. Eu vi uma menina se esconder atrás de grossos óculos e do cabelo despenteado, puxado para a frente do rosto, as roupas largas e sóbrias, o sorriso medroso e as pernas inseguras, esperando pelo milagre ali, sentado ao lado dela sem que ela percebesse. Eu vi o olhar carinhoso do pedinte de esmolas ao olhar para o cão ao seu lado. Eu vi o tempo voar, eu vi minhas escolhas e chances me passarem pelas mãos sem tentar sequer tocá-las. Eu vi a noite cair, o mar se revoltar, ouvi os sons das ondas batendo nas rochas. Eu vi o morto descer em seu caixão para dentro da terra, já não havia inquietação em seu olhar. Vi os amigos irem aos copos e esquecerem-se da vida, por instantes, apenas estando ali, até a hora de cada um seguir seu caminho, todos eles sem vontade de ir. Vi nascer e morrer o amor dos amantes. Vi o tempo passar. Soube da notícia antes de recebê-la, conheci a história sem ver o livro, escolhi não ler. Eu vi os olhares pelas ruas, vi as almas inquietas. Reconhecemo-nos, por instantes, olhamo-nos nos olhos, e seguimos cada um seu próprio caminho.
Pois é.
Primeiro, falemos sobre os nossos desejos, vontades. Que nada são além de ilusões, na maioria das vezes. Realmente, são. Porque somos pessoas em constante movimento interior, quer aceitemos ou não. E o nosso desejo de hoje pode não ser o nosso desejo de amanhã, e jamais teremos controle algum sobre isso, esse controle é também uma forma de ilusão. Não somos “donos” do nosso futuro, por uma razão muito simples. No futuro, já não seremos nós, seremos um outro “nós”, mais envelhecido, amadurecido, modificado. Isso faz com que o único e real poder que tenhamos seja apenas sobre o momento presente. Nosso querer de agora, nosso evoluir nesse instante. Justamente por essa razão, longos planejamentos podem ser extremamente benéficos, porém podem acarretar em desilusões grandiosas. É por isso que tantas vezes acontece de desejarmos alguma coisa e quando depois de algum tempo, a conquistamos, é como se aquilo perdesse o valor que antes atribuíamos aquela conquista. Não é que tenha perdido qualquer valor ou significado, fomos nós que ultrapassamos o momento onde aquilo teve a importância que teve. Então não devemos querer nem lutar por mais nada, vocês podem perguntar. Não, não se trata disso. Antes é reconhecermos em nós que nossos sonhos são temporais, nossas vontades são passageiras, que estamos em constante mudança e não há mal nisso. Mas percebermos essa temporalidade, essa alteração constante que acontece dentro de nós mesmos pode ser um problema, sim. Porque conceitos cairão por terra por essa percepção. Muitos deles. E se seguirá a isso uma transformação de nosso ser. Um amadurecimento de nossa consciência, uma outra visão do mundo. Podemos resumir tudo isso de uma outra maneira, talvez mais simples. Imaginem que hoje percebemos as coisas de determinada maneira. Se estamos tristes ou desesperançados, é porque a nossa percepção da vida que estamos vivendo enxerga as dificuldades, obstáculos, problemas ou simplesmente vê que as coisas permanecem sempre as mesmas, que não há nada a que se buscar. Mas, se no dia seguinte, a nossa percepção da vida estiver vendo a beleza das coisas, as possibilidades de que tudo pode acontecer e que somos capazes de obter as maiores conquistas que possamos desejar, nos sentiremos felizes e quase como donos do mundo. Ambas as sensações e percepções são apenas ilusões. São instantes temporais que estaremos vivenciando. Não há firmeza nem certeza de que amanhã estaremos nos sentindo da mesma maneira. Porque não estaremos baseando nossas percepções em nós, mas naquilo que estamos enxergando do mundo naquele momento. E isso muda com uma freqüência assustadora. Um exemplo mais simples... Imagine que você está num dia “cinzento”, se sentindo solitário e não está vendo nenhuma perspectiva de melhora nesse estado. Então alguém que te seja muito querido liga, manda uma mensagem ou aparece simplesmente para pegar em sua mão e irem passear. Imagine como o dia então se transforma, e como você se percebe de uma hora para outra, sorrindo e feliz. Ilusões. Não foi a vida que mudou, foi apenas a perspectiva que você estava tendo que foi alterada. Nenhuma magia, nenhum milagre, nada disso. Apenas sua forma de perceber as coisas. Você continua solitário, continua exatamente como estava, porque essa pessoa estará ali apenas por alguns momentos, cedo ou tarde você vai ter novamente a mesma perspectiva que estava tendo antes, porque ela está em você. E por inúmeras vezes nos percebemos nesse vai e vem de emoções, hora felizes, hora desesperados. Como fugir disso?
É muito menos complicado do que parece, não que seja fácil, convenhamos. Mas se você estiver disposto a enxergar como se “estivesse de fora” esse vai e vem emocional, como apenas as perspectivas que são, você já deu o primeiro passo para expandir sua consciência e libertar-se desse ciclo vicioso. Quando você estiver sozinho novamente e essa pessoa especial aparecer, você saberá que serão momentos felizes, que você irá estar feliz e tudo o mais, mas que serão instantes e que você não pode depender desses instantes para ser feliz eternamente. Aceitar que teremos a sensações que quisermos ter, se aprendermos a dominar a forma com que enxergamos a vida. Nada complicado, nada “de outro mundo”, tudo muito simples e não por isso ruim.
Muitas pessoas conseguem viver a vida inteira sem se darem conta disso, conseguem colocar sem sequer terem consciência, as suas alegrias e tristezas nas mãos daqueles que estão a sua volta, e conscientes ou não, essas pessoas tem o direito de fazerem isso. Nós é que não temos o direito de querer impor aos outros as nossas formas de viver. É preciso que haja espaço e liberdade para que as pessoas se tornem aquilo que elas quiserem se tornar.
Muitos já disserem que o grande problema da humanidade são os conceitos de nossa sociedade que estão enraizados dentro de cada um de nós. E livrar-nos dessas raízes não é nada simples, nem fácil. São conceitos, comportamentos, crenças e padrões enterrados fundo demais dentro da gente. Mas é possível sim quebrar esses padrões e assumirmos uma nova perspectiva da vida e do mundo. Porém é necessária coragem. Talvez, e cadê vez mais, com mais e mais pessoas se abrindo para um novo comportamento e visão das coisas, seja necessário se ter menos coragem, pois já terão nos aberto o caminho. Outra coisa que nos habituamos a fazer... a seguir outros. Pois é difícil abrir um novo caminho quando nos ensinaram a ser seguidores.
E se você optar por começar a refletir sobre essas coisas, se você verdadeiramente optar por expandir sua consciência, acontecerá de muitas vezes você sentir medo. Temer se perder pelo caminho que é desconhecido, pelo caminho que nem sequer existe, caminho que você estará abrindo conforme anda por ele. E não faz mal sentir medo, desde que o medo não paralise seus movimentos. Não há problema algum em sentir-se perdido, inseguro. Desde que esses sentimentos não impeçam sua jornada. Sim, existe um mundo para ser descoberto, existe uma expansão infinita de nossas consciências para ser atingida, mas vai um alerta... Essa escolha, esse caminho não é para todos. E mesmo se for, há que se respeitar o instante de cada um.
É muito menos complicado do que parece, não que seja fácil, convenhamos. Mas se você estiver disposto a enxergar como se “estivesse de fora” esse vai e vem emocional, como apenas as perspectivas que são, você já deu o primeiro passo para expandir sua consciência e libertar-se desse ciclo vicioso. Quando você estiver sozinho novamente e essa pessoa especial aparecer, você saberá que serão momentos felizes, que você irá estar feliz e tudo o mais, mas que serão instantes e que você não pode depender desses instantes para ser feliz eternamente. Aceitar que teremos a sensações que quisermos ter, se aprendermos a dominar a forma com que enxergamos a vida. Nada complicado, nada “de outro mundo”, tudo muito simples e não por isso ruim.
Muitas pessoas conseguem viver a vida inteira sem se darem conta disso, conseguem colocar sem sequer terem consciência, as suas alegrias e tristezas nas mãos daqueles que estão a sua volta, e conscientes ou não, essas pessoas tem o direito de fazerem isso. Nós é que não temos o direito de querer impor aos outros as nossas formas de viver. É preciso que haja espaço e liberdade para que as pessoas se tornem aquilo que elas quiserem se tornar.
Muitos já disserem que o grande problema da humanidade são os conceitos de nossa sociedade que estão enraizados dentro de cada um de nós. E livrar-nos dessas raízes não é nada simples, nem fácil. São conceitos, comportamentos, crenças e padrões enterrados fundo demais dentro da gente. Mas é possível sim quebrar esses padrões e assumirmos uma nova perspectiva da vida e do mundo. Porém é necessária coragem. Talvez, e cadê vez mais, com mais e mais pessoas se abrindo para um novo comportamento e visão das coisas, seja necessário se ter menos coragem, pois já terão nos aberto o caminho. Outra coisa que nos habituamos a fazer... a seguir outros. Pois é difícil abrir um novo caminho quando nos ensinaram a ser seguidores.
E se você optar por começar a refletir sobre essas coisas, se você verdadeiramente optar por expandir sua consciência, acontecerá de muitas vezes você sentir medo. Temer se perder pelo caminho que é desconhecido, pelo caminho que nem sequer existe, caminho que você estará abrindo conforme anda por ele. E não faz mal sentir medo, desde que o medo não paralise seus movimentos. Não há problema algum em sentir-se perdido, inseguro. Desde que esses sentimentos não impeçam sua jornada. Sim, existe um mundo para ser descoberto, existe uma expansão infinita de nossas consciências para ser atingida, mas vai um alerta... Essa escolha, esse caminho não é para todos. E mesmo se for, há que se respeitar o instante de cada um.
Bom Dia
Queria dizer a vocês bom dia, porque acordei agora. E ao abrir meus olhos, me surpreendi ao ver quantas pessoas dormiam ainda.
Mas mesmo assim, eu queria desejar a todos um bom dia. Porque acordei já tarde, não importa quantos de vocês ainda dormem.
Pode ser que em seu sono, os sonhos que sonham possam ser mais interessantes e doces que a realidade que vêem aqui fora, então sonhem se for assim.
Talvez também fosse mais fácil se eu pudesse novamente fechar meus olhos e dormir novamente, só que a claridade do dia já não mais me permite.
Entendo como pode ser mais tranqüila uma noite de sonhos do que acordar para enfrentar o frio ou o calor que pode fazer aqui fora.
Entendo como pode ser mais confortável contar com a proteção de Deuses e de Anjos a velar por vosso sono, já onde estou não há quem olhe por mim.
E essa é a grande beleza de se estar acordado, pois quem pode olhar por mim sou apenas eu.
E tenho cá comigo alguns sons que trazem um conforto que em vosso sono jamais terão
Que é o canto dos pássaros a saudar o dia, as águas dos rios e mares que em fúria saúdam a vida
E na correnteza nos convidam a todos à molhar os pés
Mas mesmo assim, eu queria desejar a todos um bom dia. Porque acordei já tarde, não importa quantos de vocês ainda dormem.
Pode ser que em seu sono, os sonhos que sonham possam ser mais interessantes e doces que a realidade que vêem aqui fora, então sonhem se for assim.
Talvez também fosse mais fácil se eu pudesse novamente fechar meus olhos e dormir novamente, só que a claridade do dia já não mais me permite.
Entendo como pode ser mais tranqüila uma noite de sonhos do que acordar para enfrentar o frio ou o calor que pode fazer aqui fora.
Entendo como pode ser mais confortável contar com a proteção de Deuses e de Anjos a velar por vosso sono, já onde estou não há quem olhe por mim.
E essa é a grande beleza de se estar acordado, pois quem pode olhar por mim sou apenas eu.
E tenho cá comigo alguns sons que trazem um conforto que em vosso sono jamais terão
Que é o canto dos pássaros a saudar o dia, as águas dos rios e mares que em fúria saúdam a vida
E na correnteza nos convidam a todos à molhar os pés
Magia
A magia não é aquilo que gostaríamos que fosse. A magia não consiste em poções mágicas elaboradas por um mago misterioso e de barbas brancas que ao tomar te fará ser qualquer pessoa, animal ou coisa que você deseje. A magia existe, e por vezes nos atinge quando menos atentos à ela estamos. A magia ocorre quando nos conectamos apenas num instante, e não existe qualquer lembrança passada, qualquer plano ou expectativa para o futuro, ao mesmo tempo em que se funde em nós todo o passado e história, todo o futuro e escolhas. A magia ocorre quando nos inteiramos absolutamente de quem somos, aonde estamos, o que sentimos. Tudo naquele exato instante. E naquele instante mágico, tudo sabemos, conhecemos, podemos, porque somos senhores absolutos de nós mesmos. Se tomamos consciência desse momento quando ele nos chega, podemos perceber que as formas a nossa volta ganham maior nitidez, que ouvimos melhor, vemos melhor, cheiramos melhor. Nossos sentidos ficam despertos, alertas, e são comandados por nós. Expandimos numa velocidade incalculável nossa consciência e sentidos. Tornamo-nos senhores absolutos de toda a verdade que em nós habita. Há aqueles que recorrem a rituais para isso, há aqueles que fazem uso da meditação, de yoga, de orações ou até de drogas. Mas a magia vem de dentro. Não está no mundo externo, não está nas palavras ou nos olhos de quem quer que seja. A magia está em nós. E não está em nosso passado ou em nosso futuro. Não adianta olhar “lá fora” para encontrá-la. Ao contrário. Há que se olhar para dentro. E apenas esse olhar para dentro, já é o início de toda a mágica.
Amor e Necessidade
Existe uma grande diferença entre amar e precisar de alguém.
Quando se precisa de alguém, isso não é amor por uma pessoa - é amor por nós mesmos, é quando queremos satisfazer necessidades nossas, é nosso egoísmo falando por nós.
Já quando se ama, é outra coisa. Uma coisa muito diferente. Não existe amor sem liberdade, não existe amor verdadeiro em que a felicidade do outro não seja a prioridade. Isso sim é amor.
É querer ver o outro ser feliz, seja da forma que for, seja como tiver que ser, perto ou longe, sendo recíproco o sentimento ou não. É doar-se, é estar disponível, é ser aquilo que o outro precisar, sem posse, sem dor, sem medo.
Para amar assim, é preciso crescer. É preciso não ter medo, é preciso não esperar nada em troca, é preciso não precisar.
É querer estar com a pessoa e aceitar quando não é isso que a pessoa quer, e sem nenhuma dor, sem nenhum ressentimento, mas com um desejo imenso de que exista abundância e felicidade para seu amor, mesmo em caminhos separados e individuais.
É querer ver o outro sorrir, mesmo que você não esteja lá para ver esse sorriso. É querer a vida leve, plena, absoluta e do jeito que a pessoa escolher viver, amor é respeito.
É colocar-se como uma presença amiga, reconfortante, aconchegante, para quando e como o outro quiser. E amor assim é raro, mas existe.
Amor assim é liberdade, e essa liberdade só existe num amor sincero.
Amor sincero só existe quando existe também amizade.
Para isso, a gente aprende que é muito mais do que as nossas carências e necessidades, que somos muito mais que nossas angústias, dúvidas, medos e carências.
Amor não se pede. Não se obriga. Não se impõe. Amor não se negocia. Amor se sente... ou não.
Quando se precisa de alguém, isso não é amor por uma pessoa - é amor por nós mesmos, é quando queremos satisfazer necessidades nossas, é nosso egoísmo falando por nós.
Já quando se ama, é outra coisa. Uma coisa muito diferente. Não existe amor sem liberdade, não existe amor verdadeiro em que a felicidade do outro não seja a prioridade. Isso sim é amor.
É querer ver o outro ser feliz, seja da forma que for, seja como tiver que ser, perto ou longe, sendo recíproco o sentimento ou não. É doar-se, é estar disponível, é ser aquilo que o outro precisar, sem posse, sem dor, sem medo.
Para amar assim, é preciso crescer. É preciso não ter medo, é preciso não esperar nada em troca, é preciso não precisar.
É querer estar com a pessoa e aceitar quando não é isso que a pessoa quer, e sem nenhuma dor, sem nenhum ressentimento, mas com um desejo imenso de que exista abundância e felicidade para seu amor, mesmo em caminhos separados e individuais.
É querer ver o outro sorrir, mesmo que você não esteja lá para ver esse sorriso. É querer a vida leve, plena, absoluta e do jeito que a pessoa escolher viver, amor é respeito.
É colocar-se como uma presença amiga, reconfortante, aconchegante, para quando e como o outro quiser. E amor assim é raro, mas existe.
Amor assim é liberdade, e essa liberdade só existe num amor sincero.
Amor sincero só existe quando existe também amizade.
Para isso, a gente aprende que é muito mais do que as nossas carências e necessidades, que somos muito mais que nossas angústias, dúvidas, medos e carências.
Amor não se pede. Não se obriga. Não se impõe. Amor não se negocia. Amor se sente... ou não.
08/10
Quando foi que parou de chover?
Quando foi que o sol apareceu?
Quando foi que as coisas tornaram-se tão leves, tão doces?
... E a pobre menina não viu. Não percebeu o dia lindo que fazia lá fora, não percebeu o cantar dos passarinhos em sua janela ao amanhecer. Porque a menina havia acostumado-se com aquele mundo, com a situação, fosse boa ou má, havia aprendido que devia conformar-se e aprender a aceitar fracassos.
Quando foi que tantas flores nasceram no jardim a perfumar todo o ar a volta?
Pobre menininha, que tanto demorou a ver.
Sorte e feliz menininha, que pelo menos, ainda que tarde, começou a enxergar.
E agora, manhã após manhã, abre a janela para abraçar o mundo com um sorriso, porque o mundo tornou-se leve, sem peso nenhum.
Quando foi que o sol apareceu?
Quando foi que as coisas tornaram-se tão leves, tão doces?
... E a pobre menina não viu. Não percebeu o dia lindo que fazia lá fora, não percebeu o cantar dos passarinhos em sua janela ao amanhecer. Porque a menina havia acostumado-se com aquele mundo, com a situação, fosse boa ou má, havia aprendido que devia conformar-se e aprender a aceitar fracassos.
Quando foi que tantas flores nasceram no jardim a perfumar todo o ar a volta?
Pobre menininha, que tanto demorou a ver.
Sorte e feliz menininha, que pelo menos, ainda que tarde, começou a enxergar.
E agora, manhã após manhã, abre a janela para abraçar o mundo com um sorriso, porque o mundo tornou-se leve, sem peso nenhum.
Freedom
It is very easy to talk about what you want. What we want, what is expected. But there is greater freedom in not wanting. In not wait. In not need. Everybody wants something, wait for something, seek or search for something. When you find in yourself the certainty that things, whether they can be better or not, are fine as they are, you become free. Becomes owner of your own life, and learn how to accept, to simply be.
Everything becomes a gift, or simply a problem that sooner or later will pass. You are not the time you are living. The moment will pass - you don't. You can change, learn, hit, miss.
You can laugh or cry. Another day will come, and will be another day.
More than the situation you live, you're the sum of the choices you make.
If you choose to just be instead of trying to be a necessity, a desire, fear or uncertainty, you're free.
And you became you, and not what you live.
Everything becomes a gift, or simply a problem that sooner or later will pass. You are not the time you are living. The moment will pass - you don't. You can change, learn, hit, miss.
You can laugh or cry. Another day will come, and will be another day.
More than the situation you live, you're the sum of the choices you make.
If you choose to just be instead of trying to be a necessity, a desire, fear or uncertainty, you're free.
And you became you, and not what you live.
We can't have everything
I admire people who can have an ordinary life, surrounded by rules and good behavior. I admire people who do not bring unrest in his soul. I admire those who do not challenge, does not transpose their limits and not try to be more than they are. Maybe life is not try to be more or better than we are, maybe life is accepting of our limitations and be lots more humble. We cannot have all. We are not infallible, invincible. I admire those who simply accept this. I admire those who recognize their weaknesses and accept them without being compelled to overcome them. I admire people. All of them. In his acceptance and concerns in their defeats and defections. I wanted to be like them. Did not want to feel the need to overcome obstacles and be more than I am. I admire people who find peace in the routine, people who don't need to create challenges.
But I don’t believe this is for everyone. Some people, like me, feel the need to be more, better, are bound to certain behaviors and attitudes that are not always understandable. It is easier to accept the rules established. Accept what is done than to create their own rules, establish its own principles. There is a cost, a price to be paid for it, I don’t realize the full benefit yet. But principles are principles, not choices. They are what they are, and we recognize our own principles is only one path to follow. So I close my eyes, breathe deep, I try to fill me with courage and confidence in myself and in my ability, and give a step forward. What comes next, we'll see.
But I don’t believe this is for everyone. Some people, like me, feel the need to be more, better, are bound to certain behaviors and attitudes that are not always understandable. It is easier to accept the rules established. Accept what is done than to create their own rules, establish its own principles. There is a cost, a price to be paid for it, I don’t realize the full benefit yet. But principles are principles, not choices. They are what they are, and we recognize our own principles is only one path to follow. So I close my eyes, breathe deep, I try to fill me with courage and confidence in myself and in my ability, and give a step forward. What comes next, we'll see.
Calar
Vai, entre rostos e entre palavras não ditas e desassossegos procurar pela passividade. Passividade que não há, pois não há nenhuma no seu coração que se aflige, que busca, que não encontra e que não sabe o que procura. Vai, entre sorrisos e prantos, preencher seus dias, sua vida. Na caixinha de memórias dentro da mente, peças soltas, perdidas, esquecidas. Momentos que não voltam, a procura por uma calma que não vem. E como poderia? Não há calma na busca, para isso deve-se parar de buscar. Mas a busca é em si um vício, uma adrenalina que não passa. Pude ver o futuro em um relance, pude enxergar as pessoas daqui a 10, 20 anos. E foi uma visão tão triste... Uma procura que não tem paz, um círculo que não se rompe, o cão que corre atrás da própria cauda sem se dar conta que ela lhe pertence. Pode ser que as coisas mudem, mas o mais provável é que não. E assim são as coisas, assim é a vida. Um capítulo que precisa ser encerrado, para que se possa novamente começar a viver. As coisas deixam de ter porquê, deixam de valer a pena. Alfinetes enfiados fundo demais, sangue já seco. É preciso água para limpar, é preciso ar para se respirar. Nem tudo o que se procura se encontra, nem tudo o que se quer se alcança, nem tudo tem lógica ou sentido. É apenas uma vida, a escolha vai de cada um pelo que buscar. Em meu mundo, já não tenho mais pelo que procurar. Vi os resultados, conheço os esforços, e tristemente, reconheço que pode simplesmente, não valer a pena. Enganei-me. Do alto da minha vontade de tudo saber, enganei-me. Quando acreditamos poder demais, sermos fortes demais, o tombo é sempre maior. Joelhos ralados, feridas abertas, é tempo de cicatrizar, de calar, de não correr atrás de galinhas, de deixar a vida acontecer. Em meu mundo, meu pequeno universo particular, me contenho, paro, olho, escuto. Sim, é tempo de calar, é tempo de deixar a vida ser o que tiver que ser. E como sempre, ou como nunca, mais uma vez ainda é possível dizer... tudo bem.
Teatro
Uma mistura de pato e o sabor doce e amargo do experimentar. Cansada de Nietzsche, Blake e Tolstoi. Livros demais, filosofias e reflexões demais. A vontade de andar de pés descalços e dançar na chuva, o grito que ficou preso na garganta, as coisas não ditas... Ah, as coisas não ditas...
A raiva contida, as expressões jogadas para dentro sem a emissão de um som, a inconformidade. A esperança num olhar de compreensão de uma mãe ausente (foi sonho? foi pesadelo? ou apenas o filme que vi na TV?). O desinteresse fingido de um pai (foi sonho? foi pesadelo? ou apenas o filme que vi na TV?), e a loucura que bate na porta. Um meio irmão que se afoga, a briga e a discórdia enquanto no alto a alma passeia alheia. Uma mistura de vinho caro e fumaça na boca, as cenas de um teatro fantasma repleto de subjetividade e terror.
Nietzsche nos ouvidos em conversas imaginárias com Shakespeare. Beethoven ou Bach ao fundo?
Filosofias demais, curvas e mais curvas no teatro dos moribundos. Zumbis perdidos que deixam de procurar por cérebros para apreender corações. A vontade de gritar os desaforos guardados, a mão sempre contida e aquele olhar de mãe que poderia dizer qualquer coisa, por que afinal a mensagem seria para mim, se nem a mãe era minha?
O gosto de pato, o cacau ainda quente na boca e os olhos perdidos que já não vêem nenhuma direção.
Não me venham com conversas moles e de falsa intelectualidade, de frases decoradas e textos repetidos. Falta de originalidade, de libertação.
Influências de toda gente em toda gente, falta autenticidade. Uma montoeira de carências e frustrações, os passos nas ruas e a solidão dos olhares. Não haverá um olhar como aquele, jamais haverá tanta solidão num brilho de olhar como aquele.
A escuridão absoluta e o profundo de uma alma que não se deixa conhecer, carregada demais de coisas que não são autênticas ou próprias, o cansaço em se buscar. As palavras não ditas, o confronto... confronto de monstros e titãs, de deuses e demônios, não sobrará sequer pedra no chão.
Eu queria me fazer ouvir, eu queria não calar. Calo, calo, silencio e deixo a hora passar.
As perguntas que ficarão sem respostas, quebram-se as correntes, soltam-se as amarras... que diferença e que sentido tem em se libertar um escravo que conhece apenas a escravidão?
A raiva contida, as expressões jogadas para dentro sem a emissão de um som, a inconformidade. A esperança num olhar de compreensão de uma mãe ausente (foi sonho? foi pesadelo? ou apenas o filme que vi na TV?). O desinteresse fingido de um pai (foi sonho? foi pesadelo? ou apenas o filme que vi na TV?), e a loucura que bate na porta. Um meio irmão que se afoga, a briga e a discórdia enquanto no alto a alma passeia alheia. Uma mistura de vinho caro e fumaça na boca, as cenas de um teatro fantasma repleto de subjetividade e terror.
Nietzsche nos ouvidos em conversas imaginárias com Shakespeare. Beethoven ou Bach ao fundo?
Filosofias demais, curvas e mais curvas no teatro dos moribundos. Zumbis perdidos que deixam de procurar por cérebros para apreender corações. A vontade de gritar os desaforos guardados, a mão sempre contida e aquele olhar de mãe que poderia dizer qualquer coisa, por que afinal a mensagem seria para mim, se nem a mãe era minha?
O gosto de pato, o cacau ainda quente na boca e os olhos perdidos que já não vêem nenhuma direção.
Não me venham com conversas moles e de falsa intelectualidade, de frases decoradas e textos repetidos. Falta de originalidade, de libertação.
Influências de toda gente em toda gente, falta autenticidade. Uma montoeira de carências e frustrações, os passos nas ruas e a solidão dos olhares. Não haverá um olhar como aquele, jamais haverá tanta solidão num brilho de olhar como aquele.
A escuridão absoluta e o profundo de uma alma que não se deixa conhecer, carregada demais de coisas que não são autênticas ou próprias, o cansaço em se buscar. As palavras não ditas, o confronto... confronto de monstros e titãs, de deuses e demônios, não sobrará sequer pedra no chão.
Eu queria me fazer ouvir, eu queria não calar. Calo, calo, silencio e deixo a hora passar.
As perguntas que ficarão sem respostas, quebram-se as correntes, soltam-se as amarras... que diferença e que sentido tem em se libertar um escravo que conhece apenas a escravidão?
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