6 de dez. de 2011

Meu mundo


Eu vi um mundo diferente, uma vez.

Olhei através de uma fechadura, e vislumbrei um universo de possibilidades, cores, formas e belezas que me fizeram perder o fôlego e alterar toda a minha realidade.

Eu vislumbrei por uma fresta o potencial de uma humanidade diferente, de tudo que poderia ser real e possível, se nos concedêssemos o direito de “ousar”.

Talvez esse universo seja o mesmo que eu via quando criança, e que me fazia rir tantas vezes sozinha.

Ao longo do tempo, talvez por ter aprendido a duvidar, as portas e frestas se tornaram distantes, esquecidas, até novamente eu me deparar com as possibilidades que eu havia aprendido a esquecer.

As possibilidades sempre estarão à nossa frente, sempre existirão frestas à espera de serem redescobertas, mas é preciso coragem para olhar por elas, é preciso deixar de lado o que aprendemos e nos permitirmos não saber mais, apenas descobrir.

Eu vi um mundo diferente, repleto de possibilidades e de cores. Um mundo tão diferente e tão fantástico, onde nenhum sentimento que não fosse repleto de beleza e plenitude poderia entrar. Um mundo não de imaginação, mas de um real até então apenas imaginado nos sonhos mais loucos e incríveis.

Eu vi um universo por trás de uma fechadura, e fiquei como um louco que anda a beira de um precipício, me perguntando se valeria mais a certeza do chão sob meus pés ou se o salto poderia se transformar num vôo de liberdade, ainda que eu me reconhecesse sem asas.

Quando algumas coisas são vistas, descobertas, não há caminho de volta. Não há retorno possível. “A mente que se expande com uma idéia jamais retorna ao seu tamanho original” já dizia Einstein.

É como escalar uma montanha, ou andar através de deserto. Quando se está no meio do caminho, a única opção possível é seguir em frente.

Todas as nossas escolhas nos levam à consequências, algumas mais previsíveis, outras menos. A única forma que temos de evitar arrependimentos ou escolhas erradas, é seguirmos as escolhas dos nossos corações, da nossa própria verdade.

E a minha verdade, é a de um universo colorido, onde eu tenho asas e os elefantes são cor de rosa e cantam sorrindo.

23 de nov. de 2011

Algumas Reflexões (Parte II)

PARTE II

Partindo desse princípio, de que uma “democracia” que possibilita oportunidades diferentes para diferentes pessoas deixa de ser uma democracia, e que a “igualdade” e “direitos iguais” funcionam apenas em teoria, que enquanto uns tem muito e outros tem pouco, o que fazer?

A nossa economia e nossa sociedade foram estruturadas nesses valores. A distribuição de possibilidades, estruturas e bens se faz conforme o poder econômico que cada pessoa tem.

Mas será possível alterar tudo isso? Se nos mudássemos todos para uma ilha deserta, sem comida ou água ou contato com o continente, mas tivéssemos conosco uma grande quantidade de dinheiro, isso mataria nossa fome ou nossa sede?

Nossas necessidades reais não são de “dinheiro”, mas de recursos. Recursos como abrigo, comida, água, educação, saúde. Se ao invés de uma distribuição econômica, houvesse uma distribuição de recursos? Como seria?

Esse conceito existe, é possível e está cada vez ganhando mais força ao redor do mundo, é o que chamamos de uma “Resourced-based economy” (RBE) ou Economia Baseada em Recursos – EBR.

Imagine a possibilidade de viver com acesso aos recursos necessários para sua sobrevivência e a de sua família, inclusive recursos tecnológicos. Tecnologia, ciência, educação, abrigo, alimento, saúde, transporte.

Não apenas para “sobreviver”, mas de forma a obter uma qualidade de vida realmente alta. Esses recursos existentes hoje no planeta são suficientes para atender toda a humanidade.

Por que então não atende a todas as pessoas??? Porque a distribuição desses recursos atualmente se faz com base no poder econômico das pessoas...

Quando paramos para pensar sobre isso, é difícil não se sentir indignado, revoltado... Daí surge manifestações, protestos, conflitos.

Mas quando paramos para pensar um pouco mais sobre isso, e usamos a história como ponto de partida, vemos que muitos governos e economias já passaram por reformulações e revoltas, e mesmo assim os problemas continuaram...

O capitalismo e a forma com que a “democracia” hoje é praticada tem uma característica peculiar... molda-se, transforma-se, mas acaba por prevalecer.

Pois bem, as propostas de uma Economia baseada em Recursos (EBR) não implicam em qualquer conflito, pelo contrário. Implica em educação, conscientização, informação.

Não se trata de um número de pessoas “impor” para outras pessoas aquilo no que acreditam – isso é uma forma de opressão, seja para um ou outro lado.

Como resolver esse impasse que vivemos atualmente então? Bem, fazendo um “trabalho de formiga”.

Não é ao “recrutar” pessoas, convencê-las, “manipulá-las” que a consciência e comportamento irão mudar. É educando.

Mas enfim, isso dá um trabalho enorme, exige dedicação, paciência, doação... Não é uma “coisa” para qualquer um. E com certeza não é para quem quer uma resposta “agora”, uma solução “já”.

Se o que queremos é uma igualdade, uma distribuição igualitária de recursos e oportunidades para as pessoas, as pessoas tem que ser igualmente informadas e estarem igualmente conscientes. Ou, sem hipocrisias aqui, estaremos a manipular, oprimir, impor.

Somos responsáveis pelas nossas atitudes e por nossas escolhas. Podemos escolher nossos caminhos, mas responderemos igualmente seja pelo sucesso ou pelo fracasso do mesmo.

O que queremos? Estarmos nós no topo da pirâmide, ou que deixe de haver pirâmides?

18 de nov. de 2011

Uneasiness

Unrest, uneasiness means “desassossego” in Portuguese.

A constant feeling, when you can’t agree with all the structures and systems around you. When you know, just inside you, we can do more, we can be more, we can be better and live in a better way.

Let me ask a question here. If you right now can have one wish realized, just for yourself, with one will be? What do you want to get right now? Just make your wish before continue reading this.

Do you know that constantly search about who we are, and who we can be? Why we are constantly fighting for more, just to satisfy our ego, our wishes, our needs? What we really need? More money, more space, more “status”? A bigger house, a better car?

This is all our “ego” needs - not our really needs. I don’t know any human who doesn’t need a safe place to live, healthy food and water, some peace, happy and love in their hearts.

So, why we pretend “things” are more important to us then the way we feel? If you feel right, and happy, full of hope and love, you won’t care about money, cars, houses or “things”.

When you are sharing some time with your people, your friends, laughing and talking, you are not worried about problems and situations you may have to solve. You are just “enjoying” your life, your time in this world. In these moments, you are just being yourself.

And it’s so hard “just be yourself” when you are worried… worried about your financial problems, work, health, family, etc.

In these times, you try to have a strong and acceptable behavior, to “inspire” others to respect you, accept you, and give to you what you need. Maybe a job promotion, maybe a loan, or just better serve you in a hospital, shop, bank, etc.

You try to “convince” them you worth their trust, to make them get a nice behavior with you. But do you trust them, being exactly who you are? Showing them why you may be worried, why you need them for?

Probably don’t. Why? Why we can’t show we are vulnerable sometimes, our weaknesses, our fears?

We learn in all our lives we have to be competitive, better than the others to deserve more than the others. To get better opportunities, we have to be the best one in our jobs, in our class, in our life.

Recognize that you may not ever get all the answers, shows that you are incompetent in something.

Why’s that? Everyone knows it’s impossible to know everything. Everyone knows we can fail sometimes, and we will sooner or later make some mistakes. Everyone knows we aren’t machines, that we have feelings, problems, etc. So, why we can't show all that? Show us like we really are, like we are really feeling, thinking, wanting?

When you recognize you have some weaknesses, it’s easy to accept the other ones weaknesses too.

When you learn how to love yourself, it’s easier to love the others, and just accept them the way they are.

You stop try to change yourself, and stop trying to change the others around you.

Imagine that… to live like that. Without trying to “convince” anyone that you “deserve” something.

And now, if you can make your wish again, what do you want to ask for?

15 de nov. de 2011

Consciência

Envergam-se as pernas, já não suportam mais nenhum peso. Tremulas, não erguem nem a si mesmas. Dobram-se sob o peso das expectativas, sonhos, ilusões. Derrotadas, não sustentam o peso que tentaram carregar. Não parecia peso, parecia caminho, parecia escolha... As armadilhas que criamos sem perceber... Simplesmente as pernas não se levantam, não encontram equilíbrio, não possuem mais força. Com uma voz de comando, a cabeça manda firme, resoluta: “Levantem-se! Ergam-se!” - mas nenhuma reação de resposta se apresenta. Os olhos, surpresos, arregalados, estupefatos, olham sem compreender. As mãos, timidamente, procuram sustentar a si mesmas e ao resto do corpo, vergado sobre elas. Trêmulas e surpresas, percebem que já não possuem também qualquer força, ficando ainda mais surpresas quando se dão conta do tremor cada vez mais intenso. O coração, acelerado, desesperado, pulsa num ritmo fatal. Instala-se o pânico, o pavor. Um sussurro vindo de algum lugar lá de dentro, também surpreso, mas tentando manter a calma, reage: "Não há o que fazer, esgotou-se. Não há força, não há sustentação" - Tenta conformar-se. O corpo cai inerte e consciente, atento e moribundo. Não há o que fazer, o choque toma conta de cada poro, de cada membro, cada músculo. A consciência existe independente da ausência de qualquer fibra, de qualquer força, de qualquer vida. O corpo desiste, naufraga, morre. Após o susto, a consciência persiste. Sobrevive. Pelo choque e pelo susto nem se deu conta que continuou. E continua.

25 de out. de 2011

Algumas reflexões (Parte I)

PARTE I Geralmente depois que escrevo alguma coisa fico a pensar que o que eu escrevo é na verdade bastante óbvio. Então, me pergunto o que me faz escrever sobre o que é óbvio. Escrevo porque parece que ainda que seja óbvio, a diferença entre o que se sabe na teoria e na prática parece ser cada vez maior... Vamos vivendo nossas vidas, nosso dia a dia cada vez mais ocupados e preocupados com nossa sobrevivência, nosso sustento e nossos objetivos. E tem mesmo que ser assim. Mas acredito existir a possibilidade de um equilíbrio entre o que são nossas ocupações, nossa luta por nosso sustento e sobre a pessoa que somos. Por que será que muitas vezes esquecemos de olhar para nós mesmos para podermos “cuidar” de nós? Não consigo aceitar que a ignorância de quem realmente somos seja a única alternativa possível para nossa sobrevivência. Isso não faz qualquer sentido. É como se passássemos a vida a seguir um caminho, sem sequer nos darmos conta do lugar em que estamos ou do que realmente queremos. Passamos a vida a buscar, não a viver. Vamos ao trabalho, às compras, aos compromissos. Vamos e vamos. Sempre a ir. Mas lembramos de nós pelo caminho? Lembramos mesmo de quem somos, daquilo que queremos, do que buscamos para nós? Lembramos-nos dos nossos sonhos, desejos, ideais, propósitos? De alguma forma, é como se mantivéssemos uma espécie de “piloto automático” para a vida. Mas a vida passa, e queremos passar mesmo por ela em modo “automático”? Não acredito que alguém realmente possa querer isso. Não se realmente chegar a pensar sobre isso. E existe alternativa? Existe, existe sim. A dificuldade disso é que ao longo do tempo de nossas vidas passamos por algumas “formatações”. Através daquilo que nos ensinam desde nossa infância e também na escola, no trabalho, no nosso círculo de amigos e família. Fomos “formatados” para nos destacar, para fazermos bem nossas obrigações, nossas responsabilidades. Para sermos realmente bons em qualquer coisa que façamos, isso para não dizer que se quisermos “vencer”, temos que ser os melhores. Um comportamento essencialmente competitivo, que hoje e cada vez mais se reflete nas coisas mais simples. Se você quiser ter muitos amigos, seja sempre alegre, simpático. Se você quiser reconhecimento, seja o melhor aluno, o mais empenhado e estudioso. Se você quiser se destacar no trabalho, seja o mais competente, o mais dedicado. Se você quiser parecer bonito (a), use as melhores roupas, tenha o melhor corpo, cuide bem da sua aparência. Estamos mesmo a falar de seres humanos? Que valores são esses?? São valores que fomos ensinados (formatados) para ter, afinal, nos ensinaram sobre a lei do mais forte, sobre o quanto nossa sobrevivência depende de sermos os melhores para termos as melhores coisas e conquistarmos os melhores lugares. Mas isso não é a verdade sobre a essência do ser humano. Essa apenas é a verdade sobre a essência do capitalismo, da falsa “democracia” em que vivemos, do ambiente e do sistema que temos a nossa volta. Não é de admirar tantas pessoas a se sentirem “sós” e refugiarem-se cada vez mais em tecnologias como redes sociais virtuais, jogos virtuais e coisas do gênero. Não há democracia alguma nisso, quando o “peso” da opinião de uma pessoa varia de acordo com o “poder” que essa pessoa possui. Isso passa longe de qualquer conceito ou ideia de fraternidade, de igualdade, de “bem comum”. Mas as coisas são um pouco mais profundas que isso. Esse comportamento está mais enraizado em nós do que isso. O que supostamente nos diz sobre a igualdade entre os homens também é o que promove o julgamento de uns para com os outros. Aquilo que deveria nos fazer vermos uns aos outros como iguais e irmãos é o que nos faz sentirmos superiores ou melhores que aqueles que supostamente nos são iguais. Que valores são esses?? Se hoje eu sei ou posso mais que outra pessoa, não é porque eu sou melhor. É porque tive oportunidades que a outra pessoa não teve. E se somos iguais, se vivemos democraticamente, como podem existir oportunidades diferentes para uns e outros? Como pode haver fome e falta de abrigo? Que sistema “democrático” é esse? E tudo isso seria redundante, e esse tempo que estou aqui escrevendo seria só mais um desfilar de palavras óbvias se não existisse solução. A solução existe, a dificuldade é que a solução implica trabalho. O custo da solução é termos coragem de abrir mão da nossa zona de conforto apática e hipócrita, o custo de revermos nossos conceitos sobre as coisas que nos ensinam desde que viemos ao mundo. O custo é pensarmos por nós próprios e não “comprar” pensamentos prontos que já vem manipulados com interesses específicos e arcaicos. Pensar por nós mesmos dá trabalho, e porque teríamos esse trabalho se temos todos os pensamentos e conclusões já feitos para nós “sob medida”? E que tal se pensarmos por nós mesmos uma vez que o que existe “pronto” simplesmente não funciona mais? E não funciona mesmo, quando se vêm pessoas sem abrigo a morrer de frio ou de fome – estando ou não diante dos nossos olhos. Também não funciona quando existem pessoas a lutar e a morrer na defesa dos ideais de uma minoria. Não funciona quando a sociedade doente se reflete nos índices de criminalidade, de baixa escolaridade, de filas nos hospitais. De doenças no corpo e na alma. É uma enorme conformidade e um estado por demais apático não tomarmos esses fatos como reflexos de uma sociedade doente. E sim, podemos continuar a fazer uso de paliativos, acreditando que cuidarmos apenas do nosso dia a dia e de nossa sobrevivência é o remédio para essa doença. Mas podemos também buscar a causa, ao invés de ignorarmos a doença mascarando apenas a dor que nos atinge. (Continua)

1 de out. de 2011

Vulnerabilidade

Adquiri esse hábito esquisito de me fazer sempre perguntas que de alguma forma me ajudem a identificar minhas motivações, vontades, ideais. O propósito disso é tentar de alguma maneira estar o mais “consciente” possível sobre minhas próprias atitudes e seus “por quês”, minhas escolhas e consequências.

Comecei também a observar com um pouco mais de cuidado as questões políticas, sociais e econômicas que existem a minha volta e tambem espalhadas pelo mundo. Não somos uma “espécie” que tem atitudes sem propósitos ou sem motivações por trás. Até ousaria dizer que a nossa “natureza humana” é de certa forma a fonte das nossas motivações – seja para nos fazer acordar e ir trabalhar todos os dias, seja para nos juntarmos para realizar trabalhos voluntários ou mesmo sentar no sofá para assistirmos televisão.

Deixando de lado um pouco a questão da natureza humana e as razões que fazem cada um de nós nos movermos (seja lá para o que for), muitas vezes o deixar de prestar atenção àquilo que nos motiva nos torna cegos para as possíveis consequências daquilo que fazemos ou que deixamos de fazer.

Essa “cegueira” ou “não consciência” existe tanto em nossos assuntos pessoais quanto profissionais, sociais e também políticos.

Somos como engrenagens dentro de engrenagens maiores, e quando “ligamos” nossa forma “automática” de fazermos as coisas e vivermos o nosso dia a dia, de uma forma estamos a “desligar” nossa consciência. Fica fácil quando isso acontece nos surpreendermos com fatos, atitudes ou comportamentos dos outros, eventos e etc que seriam facilmente previsíveis se estivéssemos despertos. Atentos.

Não estou aqui a pretender dizer que podemos de alguma forma prever o futuro ou termos a capacidade de controlar os acontecimentos. Nem tudo está ao alcance de nosso controle. Mas podemos sim controlarmos a nós mesmos. Tomarmos maior responsabilidade por nossas vidas, nossas escolhas e os resultados daquilo que fazemos e acreditamos.

Não sou possuidora de todas as respostas, muito menos sobre o que é certo ou errado para as pessoas além de mim. Mas sou sim detentora do que é para mim a minha própria verdade, daquilo que é correto para mim e daquilo que eu escolho acreditar.

Digo isso depois de algumas vezes ouvir sobre a minha possível arrogância e prepotência. Se de alguma maneira eu esperasse “impor” minhas opiniões para os outros, ou fazê-los ser como eu sou, veria-me obrigada a concordar com esses rótulos. Não é o caso.

O que me motiva agora em plena tarde de um agradável sábado a sentar e a escrever é a esperança e a crença de que o ser humano é essencialmente bom e capaz de usar o raciocínio próprio e individual para seu próprio benefício, desenvolvimento e crescimento. O que quer que isso represente para cada um.

Para que um raciocínio possa se formar de uma maneira ampla e sob um contexto que considere todas as hipóteses e possíveis soluções é necessário basicamente apenas duas coisas. Vontade e informação. Vontade porque sem o “querer” não se faz satisfatoriamente nada. Informação porque a falta delas conduz a um raciocínio falho e que não leva em consideração o quadro geral de um problema.

Uma fórmula bastante simples: vontade + informação = bom raciocínio ou de forma um pouco mais “ousada”: vontade + informação = inteligência.

É muito fácil e muito frequente cometermos erros graves e facilmente evitáveis em nossos julgamentos por falharmos nessa simples equação.

Uma equação que serve para dilemas pessoais, profissionais ou qualquer dilema que se apresente para nós.

Eu poderia citar inúmeros exemplos, mas creio que valeria muito mais se utilizassem vocês suas próprias experiências em julgamentos errados ou falhos que eventualmente tenham feito. Ou faltou a “vontade” de realmente se refletir sobre o assunto e tomou-se por base pensamentos alheios ou não houve conhecimento (informação) sobre o quadro geral e o contexto total da situação.

Pois bem. Vejo isso (um raciocínio falho) se repetir numa questão que estamos vivendo atualmente e ainda mais grave, observo uma manipulação sutil para que ocorra tal raciocínio falho com a devida e cuidada falta de informação. Omissão e seleção das informações veiculadas nos nossos principais sistemas de mídia.

O mundo sofreu recentemente os impactos de uma crise nos Estados Unidos devido a uma questão imobiliária. Amplamente divulgado e informado por nossos meios de comunicação.

Lamentavelmente e “convenientemente” omitidos foram as bases do sistema que fez com que tal crise decorresse.

Apenas para exemplificar de forma simples para quem tiver interesse em se aprofundar nesse assunto, recomendo a leitura do texto “Quero a Terra e mais 5% - Stephanie Relfe, Wholistic Kinesiologist”, tradução de Silviacaeiro@hotmail.com e disponível na página de internet http://www.umanovaera.com/conspiracoes/Quero_a_Terra_Mais_5.htm

Passado um período, vemos a mesma omissão e falta de informação pelos meios que supostamente deveriam nos manter informados em relação aos movimentos que tem ocorrido tanto no Brasil como no mundo.

Recentemente, na noite de 24 de setembro no Rock in Rio aqui no Brasil um “coro” de mais de cem mil pessoas manifestava-se contra Sarney, sinal no mínimo de que existe alguma insatisfação do povo com a política que está a ser feita no país.

Tambem não se “assiste” em noticiários sobre a manifestação que ocorre em Wall Street, Nova York (Estados Unidos) de milhares de pessoas e que acontece desde o dia 17 de setembro e sem data para terminar. Milhares de pessoas acampadas no protesto denominado Occupy Wall Street contra o sistema político e econômico do país.

Não se fala tão pouco sobre as inúmeras organizações e movimentos que estão a promover e divulgar as manifestações populares para o próximo dia 15 de outubro e que terá lugar em diversos países mundo afora.

Principalmente, não se fala sobre as razões para que tantas pessoas no mundo se unam em protestos e manifestações e quais são os factos que geram tamanha insatisfação.

Como falei anteriormente, não disponibilizo respostas que possam servir para outras pessoas, busco respostas para o desenvolvimento do meu próprio raciocínio e o máximo de informações para que eu possa raciocinar da forma mais eficiente possível.
Questiono a omissão dos meios que nos deveriam informar, questiono as motivações de tais omissões, questiono inclusive as bases de tanta insatisfação.

A minha conclusão (minha) é a de que um sistema que torne possível que pessoas morram por falta de alimento é no mínimo, questionável.

Soluções?

Tenho algumas que servem para minhas propostas de estudo e análises, para meus propósitos e objetivos. Material para um próximo texto.

Por: Ana Clara Agapito

Links Recomendados:

http://www.umanovaera.com/conspiracoes/Quero_a_Terra_Mais_5.htm

http://www.youtube.com/watch?v=jc_MbNcIIcY&feature=player_embedded

http://www.youtube.com/watch?v=ephQ8Y8Srkw

http://www.youtube.com/watch?v=ramBFRt1Uzk

http://www.youtube.com/watch?v=zDZFcDGpL4U&feature=share

http://www.youtube.com/watch?v=KAzhAXjUG28&feature=youtu.be

http://www.democraciarealbrasil.org/?page_id=53

http://www.ren21.net/REN21Activities/Publications/GlobalStatusReport/GSR2011/tabid/56142/Default.aspx

http://www.youtube.com/watch?v=m-pgHlB8QdQ&feature=player_embedded

http://www.ted.com/talks/lang/por_pt/mark_pagel_how_language_transformed_humanity.html

http://correiodobrasil.com.br/midia-esconde-protestos-em-wall-street/304198/

15 de ago. de 2011

Temporal

Temporal

Aceitar o estado final de uma vida
Onde ao pó retorna os dias já vividos
O ciclo final da estrada percorrida
O término dos anos e dias já lá idos.

Observo do espelho o reflexo
Não vejo a mim, só a uma história
Um trajeto pouco complexo
Do que se recorda minha memória.

Sou a filha de minha mãe, filha de meu pai
Sou irmã dos meus irmãos,
Não os vejo não sei quanto tempo já lá se vai
Sou a sobra de meus pensamentos sãos.

Neta dos meus avós, nascida em minha terra
Sou o destino nas linhas das minhas mãos
Sou minha paz em meus tempos de guerra
Sou meus “sims” e meus “se-nãos”.

Sou pó em uma forma temporária,
Vou talvez ser lembrança um dia,
Frágil mas não temerária,
Sou o calor da minha futura cova fria.

14 de ago. de 2011

Vida e Morte

Ela queria de uma só vez dizer tudo que lhe ia no pensamento, no coração. Tantas emoções e reflexões haviam sido feitas que a profusão de palavras acabava por se tornar desconexa, era cada vez mais difícil de se fazer compreender. Desistiu.

Sentou-se com calma, chegando a conclusão que havia de encontrar maneira de demonstrar o que as palavras já não mais conseguiam traduzir. Ainda na postura tensa e firme que a cadeira dura de madeira exigia, estendeu para frente os seus braços, curvando suas costas até que suas mãos tocaram o assoalho do chão. Apoiou-se nos braços estendidos e rastejou para fora da cadeira, andando de gatas como se fosse animal, permanecendo com o rosto baixo sem tirar os olhos do chão que percorria.

Arrastou-se para o lado de fora da sala, descendo ainda de gatas os degraus que davam para o jardim descuidado, tocando com os dedos a terra ainda úmida do orvalho da manhã. Ao andar um pouco mais a frente, parou como se houvesse chegado a algum lugar, estendeu os braços erguidos sobre os quais ainda se apoiava como um animal a se espreguiçar, abrindo os dedos das mãos de forma que a terra os engolisse e as mãos se fossem enterrando num silêncio de contato e carícia.

Abaixou o rosto até que sua fronte tocasse a terra e as raízes escassas das moitas ainda sobreviventes manchando assim a pele clara de um misto de castanho e espinhos esverdeados. Virou com leveza o rosto como um gato que se enrosca para um afago, entregando o calor da sua face para a frieza do chão quase morto.

Esticou as pernas lentamente, uma e depois a outra, enquanto descalçava-se e fazia com que os dedos dos pés cavassem a terra e submergissem dentro dela. Deixou-se ficar estendida no chão como um cadáver pulsante, entregando seu calor e vida para a terra moribunda e gelada, enquanto com a suavidade de sua pele entregava carícias, promessas e afetos com a textura e cheiro da terra úmida e os milhares de organismos invisíveis dentro dela.

Entreabriu suavemente os lábios, entregou seus gemidos, seus suspiros e sua alma àquele pedaço de solo, na esperança de que talvez assim, o que suas palavras jamais conseguiram dizer sua atitude talvez o conseguisse.

Entregou sua vida ao chão, que recebeu imóvel e em absoluto e completo silêncio seu último suspiro, o último sopro de intensidade da vida que ali se esvaiu.

5 de ago. de 2011

Reverso

Eu não quero ver a vida passar

Sou tantas e mais tantas que mal posso contar

Carrego aqui dentro todo o universo

Um sonho num sono controverso

Carrego quem sou e quem queria ser

Aquela a quem eu deveria ir buscar

O saber do conhecimento perverso

A consciência que lenta vem amadurecer

Quem antes queria apenas acreditar

Na verdade e não em seu reverso.

4 de ago. de 2011

Presente

Olha só, eu não falei das rosas e como pode ser isso? Não falei das pétalas gigantescas que se abrem sem alarde, nem das gotas pequeninas de orvalho que ficam a tremular no vermelho intenso a refletir todas as cores e raios do sol que nasce em silêncio.

Nem falei do canto dos passarinhos, que tanto se fazem presentes em todo e qualquer dia, seja um dia bom ou menos feliz.

Não que eu tenha me esquecido de dizer tudo isso, pois claro que tal esquecimento não existe, mas talvez meus olhos tenham se virado noutra direção.

Não falei das cores do céu quando o sol resolve ir descansar, e nem das águas cristalinas que correm um passeio sem pressa para encontrar o mar. Mesmo o mar, como posso não ter dito nada sobre esse universo azul tão profundo, a casa de tantas almas e tantos corações? Acredito que as vidas não vividas encontram no mar seu repouso e esperança.

Mas não falei eu sobre nada disso, não é mesmo? Como se minha voz tivesse se voltado para dentro e calado em meu peito todas as minhas visões e verdades. Não contei sobre a alegria de animais brincando no tapete verde dos gramados, ou sobre a eternidade que se enxerga ao olhar para as árvores antigas e suas folhas ao chão...

Sem falar nada disso, como posso ter pensado que era eu capaz de dizer algo de valor? Ou importante?

Deixa-me ficar sobre a terra e ficar com meus pés dentro dágua, deixa-me olhar o céu e ver as nuvens passarem, que o agora é para sempre e também eu um dia vou passar, mas o agora passa nunca.

11 de jun. de 2011

Ostra

Chegar a um lugar e ver a estonteante paisagem tem um efeito, uma consequência. O cheiro de mar e maresia, o verde intenso da mata atlântica, o cantar de centenas de pássaros de diferentes espécies tem um impacto único, intenso, perigoso.

O mar imenso e azul, com ondas que não passam de uma pequena marolinha, o vento leve, suave, o sol a produzir pequenas centelhas prateadas sobre a água cristalina e os pés descalços a experimentar a temperatura da areia coroam o momento.

A tentação incontrolável de deixar a água abraçar a pele e sentir a temperatura do universo escondido sob a superfície fazem o resto.

Águas tão rasas que é possível andar metros e metros sem sentir o mar sequer chegar aos joelhos, avistar pedras a uma distância pequena, apenas sendo necessária uma pequena travessia, pé ante pé, para se chegar a um paraíso de conchas.

Como a história de que ostras que nunca sofreram impactos e ferimentos não são capazes de produzir pérolas, o risco de se ferir parece pequeno diante a paisagem que se possa avistar daquelas pedras mais distantes.

E assim, devagar e seguindo em frente, vou a caminhar pelas águas, tentando chegar ao outro lado para apanhar conchinhas solitárias na paisagem mais a frente.

E chego, com os pés descalços na areia formada por rochas que ao longo de anos e anos se desintegraram, subo um pouco, vejo a paisagem sem máquina fotográfica para registrar o momento da vitória.

Mas ainda há um caminho de volta a se fazer, caminho para se chegar ao porto seguro, à zona de conforto, ao que é tranquilo e confortável. A paisagem foi vista, o caminho feito – é hora de regressar.

Entro na água novamente, agora a pensar que talvez eu mereça um mergulho de corpo inteiro para sentir a água fresca abraçar-me por inteira. Mas não ainda, pois é raso demais para isso.

Sigo agora a pensar em fazer um caminho diferente, talvez mais curto, pois é possível ver que existe uma zona mais funda entre eu e a praia. Penso que é dar apenas alguns passos para a areia sob meus pés simplesmente desaparecer e assim eu poder nadar livremente.

Mas não chega a acontecer isso. A areia não desaparece, apenas sinto uma dor ligeira e cortante rasgar a pele que eu pensava grossa, calejada, resistente.

Não olho, pois é preciso ainda percorrer um bom caminho para poder parar.

Sigo a caminhar, sentindo a cada passo a dor ficar mais aguda, insistente, cortante. Sinto a areia e as pequeninas conchas entrarem mais na pele que eu acreditava grossa, e a areia fina raspar onde já pensei que não era possível doer ainda mais.
Mas sigo em frente, não olho e consigo sorrir – está tudo bem.

Saio da água sentindo a dor das conchas quebradas fazerem seu papel na pele já rasgada, sinto que o sangue parece descer do meu rosto, sinto meu estômago revirar-se em si mesmo – a dor é grande demais sequer para eu tentar ver.

Vejo sangue tingir a areia.

O importante é não parar, é seguir em frente, continuar a andar.

Uma ostra, um ser fechado em si mesmo, isolado do restante do mundo me feriu, cortou-me.

Ostras só produzem pérolas quando machucadas. Talvez, agora aquela ostra possa produzir a mais linda pérola já feita.

Talvez, agora também eu.

24 de mai. de 2011

My mess

I like the mess. I like this madness around me, cloths and things in the floor around. And the people who know´s me should be proud of this.
Because all this mess have a big meaning behind. When I started to clean this apartment was when I realized that house seems to look empty, and then I found out lots about myself.
This mess bring me the illusion of people, that same people I use to live with when I was just a little child.
This mess bring me the memories of the days I miss, that constantly noise around, that crazy, crazy and happy days. I like this mess. I really don´t like this empty spaces around, I hate it.
Maybe that´s why I always throw my shoes anywhere, and just leave the cloths in the floor, and maybe that´s why I hate so much when someone cleans all.
Let me keep my illusion, my sweet memories, my child inside myself. That´s my way to feed the little girl inside me.

20 de mai. de 2011

Jornada

Toda jornada tem um início e terá um fim. Se a jornada for boa, aquele que a começou nunca verá o fim dela, pois ao final terá se transformado numa outra pessoa. O mesmo acontece com as pessoas e os relacionamentos entre elas. As pessoas que o começaram nunca são as mesmas que eram depois de terem se relacionado.
Relacionamentos verdadeiros implicam em doação, em troca, em sentimentos. Tornamo-nos parte do outro, deixamos parte de nós no outro também.
O mundo não é parado, as pessoas não foram feitas para estacionarem-se no jeito que são – foram feitas para avançar, crescer, evoluir e ... mudar. O mundo muda. As coisas mudam. As pessoas mudam – e devem fazê-lo. E toda mudança assusta, dói. Mas não há crescimento sem dor, nem aprendizado que não valha a pena.
Enquanto muita gente procura por sucesso, riquezas, bens e poder – há algo mais simples e mais permanente à se buscar. Algo que sempre seguirá conosco, que não será perdido quando deixarmos de ser corpo e formos só espírito. São as coisas que aprendemos, a pessoa que ao longo do tempo nos tornamos.
E nos tornaremos exatamente a consequência daquilo que estivermos buscando. Isso digo eu, e realmente, digo acreditando/ sabendo o que digo.
As prioridades que tivermos na vida é o motor que impulsiona a nossa jornada. Os objetivos que tivermos é o que vai determinar os caminhos que tomarmos, o que vai nos levar a ser quem formos. Por isso, rever nossas prioridades, prestar atenção no que queremos e em quem somos é a maneira de escolhermos a pessoa que quisermos ser – e seremos.

27 de abr. de 2011

April 22 - May 1st

Few days ago I completed 32 years old. Not too much, not little. But more important was the gift I gave to myself, the right to do what I believe I have to do, the right to follow my own steps and act like myself.
And I realize I had left many things behind, not on purpose, not to hurt or disappoint anyone, I swear.

I just had to be myself, and I really sorry if being just what I am hurts someone. Was not my intention. But to me, makes no sense anymore to try to please people if this will against my believes, people have to be responsible for they're choices and consequences. Can be funny, or looks like foolish, but I'm not using masks, believe it or not.

And this makes me very lonely sometimes, but makes me exactly who I am.

For sure I have my story, my family, my husband, my friends and all the people who makes part of my life. And this really special people help me to build the person I am. Maybe, was too hard for those I love to understand me sometimes, my silences, my choices, my view of life. I appreciate and I thank with all my heart with one of attempts those incredible people made to understand and respect my choices and my free will.

I learned that the people really loves us, stay with us, doesn't matter how far we are, how quiet ore silent we are, or even how right or wrong we are. That people can see us, can accept us.

To me, I gave myself the most important gift I could. I was in the middle of nowhere, sometimes with some snow, sometimes with lots of sun, but with myself. Some people called me to congratulate me for my years, some people wrote some lines, some people do nothing, and even in this nothing I know they where there.

I give to myself the understand about what is really important and necessary to me, and the truth of my way to feel, to believe, to be is what I discovered.

I accept the fact I really don't know anything about the future, and I won't try to control anything. I can accept (and I can say this from the deepest of my heart) people exactly like they are, I won't put any expectations, desires, fears of mine in anyone's shoulders, I won't live anyone's life, I won't be anyone except myself, and I will accept just the same.

I can understand the opposite, but this doesn't mean I will agree with that.

Everyone is free to be what they are, to believe in its own believes, and share the life and the freedom to really love, accept and respect the others.

If you could know yourself, you will know what's makes sense to you and what is don't, you will be capable to make your choices by yourself and deal with the consequences of that.

I don't know about the future, but I know about the present date, about me and the things are important to me. I know what I can accept, what I can't.
I know who I am. For those that I love and can deal with such a thing like me, thank you for exists and make my way less lonely.
I love you for that.

About the future, about my husband, my family and my friends, I just know I´m here, I am what I am, full of hope, love and believes that with one of us can always be better, be more, and in the name of this love and friendship, conquest a beautiful life.

Our road is here, just here in front of us, and depend on us to walk through it.

9 de abr. de 2011

Jade

Sonhei com você essa noite, minha querida, minha flor, minha filha.
Sonhei com você essa noite e lá chovia, chovia tanto que até daqui eu sentia.
Sonhei que você tinha frio, e que não comia.
Fui te procurar, te vi num buraco de lama a nadar.
Não precisei te chamar, você me viu, você veio, encostou-se em mim, enlameada e fria.
E aí você estava feliz, era de novo alegre, pequenina, muito suja mas já quente.
Foi quando falei seu nome que uma senhora me contou, que seu nome agora já não era aquele, mas que você chamava-se agora Notícia.

20 de jan. de 2011

Caminhos

Caminhos vamos abrindo conforme andamos. Não existem traçados feitos, respostas sabidas com antecedência, clarividências ou adivinhações. No máximo, supomos. Na melhor das hipóteses, damos o melhor de nós mesmos ao caminhar e ao escolher as estradas que desenhamos. Conforto, aconchego, segurança mesmo é algo que encontramos quando paramos de andar e abraçamos aqueles que seguem conosco, por onde quer que andemos.

Os caminhos são incertos, os destinos supostos, mas o abraço sempre pode ser dado, sempre podemos escolher quem nos acompanha, esteja perto ou longe, ao alcanse das mãos ou apenas do pensamento. E mesmo havendo distância, sempre é possível fecharmos os olhos, respirarmos bem fundo, esvaziarmos a mente e sentir aquele abraço caloroso, reconfortante, abençoado.

E quando fazemos isso, quando nos permitimos fazer isso e dar esse abraço, o caminho está certo, o tempo está correto, sentimos gratidão pelos passos dados, pelas escolhas feitas, perdoamos nossos possíveis erros e falhas e damo-nos uma nova chance, uma nova certeza, uma nova fé e renovada esperança.

Nossos passos são a história que construímos, desenham junto com as pegadas deixadas para trás a personalidade de nós mesmos, que vai se fazendo devagar e sempre.

Hoje, abraço meus amigos, minha família, meu amor. Abraço tambem a mim mesma, e olhando para cima, agradeço, agradeço, agradeço.

Nem todos os passos são fáceis, nem todo caminho é plano, mas é o meio de chegarmos a ser quem somos.

Hoje, pai, abraço você, agradeço a você não por uma ou outra coisa, mas por todas, por nossa história e por minha vida.

Feliz aniversário! Te amo!

4 de jan. de 2011

#4

Há que se aprender a endurecer. Se possível, endurecer e ainda ser capaz de sorrir. Se conseguir, endurecer e ainda ser capaz de amar, de dar de si mesmo sem desconfiar. Há que se criar uma casca, um calo, mas se der, ainda ser capaz de sonhar, de cantar, de acreditar.

23 de dez. de 2010

Feliz 2011

Enxergamos aquilo que queremos ver. Deixamo-nos guiar por nossos sonhos e expectativas, ainda que não consigamos percebê-las de todo. Nossas atitudes são fundamentadas em nossas crenças, e, principalmente, naquilo que queremos acreditar como verdade. Acredite que seus projetos são viáveis, e você caminhará para viabilizá-los. Acredite que não são, e você não sairá do lugar. Acredite que as pessoas em seu trabalho não te aceitam, e você se verá atuando para ser aceito independente da realidade ser ou não a que você acredita.
Acredite que há cura, e você caminhará para encontrá-la. O maior universo existente é aquele que criamos para nós mesmos. Acredite que alguem se preocupa com você, e você se verá o tempo inteiro tentando tranquilizar essa pessoa, talvez, até o ponto de perder seu próprio sono.
Acredite que pode, e você poderá até morrer tentando. Acredite que não é possível, e você não conseguirá dar um passo sequer.
Já estive em um tempo onde acreditei que são as nossas atitudes que nos definem como pessoa, porém, hoje sei que o que define nossas atitudes são as nossas crenças, portanto, é no que acreditamos que nos faz ser quem somos. O fantástico é percebermos que temos o poder de escolher no que acreditamos, assim sendo, temos o poder de escolhermos a pessoa que somos e seremos.
Aproxima-se um novo ano, onde muita gente se vê diante de resoluções de ano novo, tudo o que pretendem fazer, mudar e criar no ano que vem. Mas digo, correndo ainda o risco de ser prepotente, que nada mudará, se não mudarem suas crenças. Planos para mudar de emprego, de cidade, de fazer exercícios, de se alimentar melhor, de ser mais aberto, de seja lá o que for, cairão por terra se você não puder acreditar que é capaz ou que existe um sentido em se fazer qualquer uma dessas coisas. O que você acredita ser capaz e o que você acredita ser importante são o que te define como pessoa, são o que define as fronteiras de suas capacidades.
E embora exista um limitação por sermos humanos, simplesmente humanos, a sua definição do que é ser humano pode te levar por fronteiras longínquas e infinitas, ou te fazer paralizar no exato lugar em que você está nesse instante.
Sim, a fé remove montanhas. E pode até movimentar a nós mesmos.
Feliz 2011.

9 de dez. de 2010

Feliz Natal

Mais que um Natal feliz, onde as pessoas que se gostam estejam juntas e compartilhem de doces momentos e refeições, desejo um Natal pra dentro de cada um, onde se reconheçam os valores individuais das coisas realmente importantes, onde renasça a confiança em si mesmo, onde a caridade e boa vontade possam existir sem bloqueios, ressentimentos, tristezas ou culpas.
Que nesse Natal, cada um possa olhar pra si mesma e renascer, renovar a autoconfiança, o amor próprio, reconhecer seus próprios anseios, desejos e expectativas sem medo das coisas que vai ver.
Que as pessoas que decidam estar juntas realmente estejam, não com ilusões e fantasias, mas com o coração e alma presentes. Que a realidade faça parte da festa.
Desejo que as prendas não sejam importantes, a não ser aquelas prendas que a gente mesmo se dá, as chances e oportunidades que damos à nós mesmos e as pessoas que nos são importantes.
Que o Natal sirva como o preparo do terreno para o novo ano, e que este venha de encontro com a verdade de cada um.