Porquê: Eu sou uma alma livre presa em um corpo, mas não limitada por ele.
14 de jul. de 2022
Paciência
2 de jul. de 2022
Naquele instante
26 de jun. de 2022
Quem dera...
16 de jun. de 2022
Infinito
3 de jun. de 2022
OldTown Tree
Passaram-se anos, mas às vezes é como se tempo nenhum tivesse se passado e estou novamente em pé, a sustentar nas pernas os sonhos e medos muito maiores que eu, escondida atrás da aba do meu chapéu enquanto rezo em pensamento pela proteção invisível da árvore imensa que nunca cheguei a saber a espécie, mas que tanto me sombreava e amparava. Ou então ainda a gastar as solas dos ténis nas ruas calçadas de Lisboa, sem pensar para onde eu ia, ou se eu saberia como voltar, ou quantas ladeiras ia precisar subir depois.
Passaram-se anos.... mas novamente ainda lá estou. A vantagem é que talvez eu já não precise mais literalmente gastar as solas ou me esconder atrás do chapéu, para me sentir com as solas gastas ou escondida. Já aprendi como fazer. E novamente... lá estou eu.
É quando o coração mais aperta, quando não há mais nenhuma estrada e nem caminho, nem certezas e nem sonhos que justamente podemos escolher realmente e percebermos a essência de quem somos. E com alguma sorte, nos reencontramos a nós mesmos.
É por ter o coração assim apertado que mais decidido ainda estarão os meus passos - não é por não saber para onde caminho que preciso oscilar ou fraquejar das pernas, é justamente o oposto. É justamente por não haver estrada e nem caminho, destino ou parada que mais e mais forte tenho que caminhar. E seguir. E é por não existir qualquer certeza que desde que eu siga, tanto faz.
É por não existirem mais os sonhos que posso finalmente só viver.
30 de mai. de 2022
Descalçar
24 de fev. de 2022
31 de dez. de 2020
2020
2020… que ano! Tudo virou um pouco do avesso,
estagnou, parou e nos fez parar. Uma necessidade de adaptação e de reinvenção própria
generalizada, de pessoas à empresas, de indivíduos à comunidades inteiras.
Reinventar, fortalecer, sobreviver e ultrapassar. 2020, que ano!
E que privilégio imenso fazer
parte dele, viver toda essa mudança, fazer parte dela!
Que lição impressionante e incrível
o aprender a abster-se, a lutar e ao mesmo tempo, resignar-se, o desenvolver a
capacidade de criar e ao mesmo tempo, fortalecer-se.
Claro que ainda é cedo, muito
cedo para ver e sentir tudo que 2020 trouxe. Tudo tão custoso e difícil,
dolorido, sofrido… sem falar nas perdas imensas e sem retorno, de pessoas, de
saúde, de conquistas… Sem dúvida muito se perdeu durante todo este processo,
que em 2020, começou. Não nos enganemos, 2020 nos ensinou em meio a outras
coisas que claramente já não podemos mais desviar os olhos na esperança que as
dificuldades passem, se alguém ainda pensa que sim… devia pensar novamente.
Mesmo.
Não nos enganemos, pois. De olhos
abertos e consciência desperta, há que saber: 2020 foi o início do processo.
Foi a curva na estrada a indicar que o caminho é distinto, que a estrada é
outra e que há imensas curvas, túneis, pontes perigosas e ladeiras íngremes e
angulosas – mas que leva ao destino que importa. Que leva (e obriga) à
interiorizar-se, a encarar as escolhas próprias, a assumir as consequências e a
reconhecer que somos nós, única e exclusivamente nós, os “culpados” ou os “heróis”
de nossa própria história – e que não podemos ter resultados melhores se não
escolhemos fazê-los e construí-los nós mesmos.
Talvez, muito em breve, comecem a
surgir outras perceções, como que por exemplo, não basta culpabilizar o governo
ou o mundo sobre isto ou aquilo, se não formos nós, individualmente, a escolher
diferente. Talvez, também muito em breve, se descubra que embora com muito
custo e esforço, podemos alterar completamente o rumo de nossa própria vida e
nos descobrirmos a viver de forma muito mais simples e imensamente mais feliz.
Talvez, muito mas mesmo muito em breve, se saiba que a maior conquista, a maior
satisfação e a felicidade plena estão juntas no mesmo lugar e dependem muito
mais daquilo que de bom oferecemos, do que daquilo que queremos ou esperamos
receber. Talvez… talvez seja mesmo já, já que 2021 está mesmo a chegar.
Feliz 2021!
11 de out. de 2020
A Casa Vazia
1 - Ainda demoras muito por aqui? É que assim não consigo
fechar a porta…
2 - Eu gosto da casa vazia, por isso me demoro. Gosto da casa
vazia porque preciso gostar, como precisar de precisão e de necessidade, senão
dever.
1 – És estranha. Porque alguém gostaria de uma casa vazia?
2 – É por causa do amor que eu guardo. O amor que eu tenho
precisa da casa vazia, do silêncio das vozes e do barulho dos pássaros, precisa
das janelas abertas e do vento frio a arejar os espaços, do chão sem mobília e
das paredes desertas e das portas trancadas com chave, que não deixam ninguém
entrar.
1 – (…)
2 - O amor que eu tenho é denso e é pesado, é tão forte que carrega
e levanta qualquer peso e qualquer espaço, qualquer dor e qualquer escuridão, é
em si mesmo, uma brutalidade, uma violência, um furacão. Exige tanto, absorve
tanto, dá tanto e faz tanto, que não cabe em si e nem no outro, é um buraco
negro que alimenta-se de si mesmo e mais denso, mais forte, mais infinito em si
mesmo, fica…
1 – E chamas isso amor?
2 – Chamo a isso a única forma de amor e de sentir que conheço…
Mas eu sei que não cabe em lado nenhum, eu sei que não é aceito, eu sei que é intenso
“demais”, mas é assim.
1 – E amas?
2 – Ora, não vês que não se pode? É por isso que eu gosto da
casa vazia… por causa do amor que guardo. Aqui, na casa vazia, ele “cabe”.
22 de set. de 2020
26.09
5 de ago. de 2020
Mar
24 de dez. de 2019
Reflexões Natalinas
10 de dez. de 2019
...
6 de dez. de 2019
Realismo
23 de nov. de 2019
Vocês
19 de out. de 2019
Fui navegar
2 de out. de 2019
Não me recordes do futuro
Ainda não acabou.
Segura, segura com todas as forças o tempo,
Não deixa o tempo correr, não deixa o tempo passar...
... Mas se não passa, não chegará o momento... e não nos encontraremos...
Melhor não nos encontrarmos?
Melhor o tempo passar... ou não passar?
Calma, ainda é presente...
Calma, ainda não nos encontrámos...
Calma...
Mas não, tu não me recordes do futuro,
Que ainda nem sequer nos encontrámos,
Como poderemos nos despedir?
Ainda é presente...
Não me recordes do futuro...
Ainda não nos encontrámos.