10 de dez. de 2019

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Nos vemos, sem nos vermos…
Falamos, sem falarmos…
O ir ver se está, quando não se está…
Picos altos, onde entre um “ir ver” e outro, nem sequer deixa que 5 minutos passem…
Um pensamento contínuo, que por vezes torna-se cortante…
Um passar dos instantes, que intuímos, serão o passar das horas, e dos dias…
Um tentar acalmar o que não se acalma, um tentar deixar passar o que não passa…
Um tentar convencer-se de que não é nada… que não há de ser nada… que o tempo cura, esfria… faz esquecer.
Esquecer o que não se esquece, fingir que se ignora aquilo o que se sabe, fechar os olhos para aquilo que os olhos não conseguem deixar de ver…
Passarão as horas, passarão os dias, passará o tempo. Ainda não passa, ainda segura-se, acorrenta, esmaga, tortura, fere, faz a angústia espremer as artérias, faz a cabeça doer, faz o sono não chegar, faz a irritação querer gritar, faz os passos teimarem em correr…
Ando de um lado para o outro, para onde olhar, se nada mais consigo ver?
Deixo passar o tempo, que não passa…
Tento resignar-me, eu… que não sei o quê isso é…
Tento conformar-me…
Tento acomodar-me…
Tento esquecer…
Tento deixar que o tempo passe, tempo que não passa, que não quero deixar passar, que violento o mais sagrado de mim e de minha alma a tentar deixar que passe…
Então eu paro. Obrigo-me. Que escolha tenho? Nenhuma… … Uma… … deixar que o tempo passe…

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