17 de jul. de 2017

Sonhos

Tenho me lembrado de sonhos que haviam ficado guardados na gaveta e começaram a ganhar o pó do dia-a-dia daquilo que se faz necessário ao invés daquilo que se havia sonhado.

Tenho visto como eram ingênuos os sonhos que eu guardava, e assusto-me ao perceber que apesar da ingenuidade deles, há quem os tenha conseguido conquistar. Há sempre uma busca por equilíbrio, e na tentativa de equilibrar nem sempre me lembrei daquilo que deixei se perder.

Por muitos anos, olhei para mim mesma e vi-me menor do que eu era, mas sonhava tanto e tão alto, que buscava ser maior do que eu um dia poderia ser. Entre a forma com que me via e a forma com que me sonhava, ficaram guardados os sonhos do que nunca consegui ser.

E assim, sonhando alto e fazendo malabarismos entre os dias do quê era possível e do que eu sonhava, fui transformando-me em mais do que eu era e em mais do que pensei.

Assusta-me não saber se os sonhos que sonhei e guardei um dia, ainda são sonhos que tenho. 

Transformei-me, e no processo, não me lembrei de transformá-los também.


Tenho me lembrado de sonhos que ficaram guardados na gaveta, e o que hoje me assusta não são os sonhos guardados, mas o confronto de mim comigo mesma e a surpresa de que a pessoa que me tornei, hoje é capaz de realizá-los sem sonhá-los mais.

Nenhum comentário: