"Sinta, sinta sim toda a dor, e dela faz tua morada e teu abrigo.
Faz dela tua sombra e tua amiga. Mas não se esqueça que na alma de poeta, tua
dor é tua parceira, e tambem tua inimiga"
Porquê: Eu sou uma alma livre presa em um corpo, mas não limitada por ele.
19 de dez. de 2011
15 de dez. de 2011
Caminho
Tenho que aprender na prática, as coisas que dentro de mim
eu já sei. Tenho que me lembrar de que por mais difícil que às vezes seja o
caminho, não existe nenhuma “chegada” que seja importante, mas a forma com que
eu dou meus passos.
Preciso ter em mente, que por melhores e mais importantes
que sejam as pessoas que eu encontre enquanto caminho, também elas tem um
caminho a seguir, e outras paisagens para descobrir, assim como eu.
Tem muita coisa que preciso aprender a respeitar e entender
sobre mim mesma, e que nem sempre o que me parece certo, será certo para quem
estiver a minha volta.
Todas as escolhas e decisões que são feitas sempre
envolverão riscos, e perdas. E nenhum “ganho” será certo, a não ser o ganho da
experiência, da consciência, e o olhar para as paisagens que eu, por mim mesma,
for capaz de descobrir.
Muitas coisas ainda preciso aprender, e não quero carregar
dentro de mim sonhos, esperanças ou expectativas que só se tornarão pesos em
minhas costas enquanto caminho.
Preciso aprender a encontrar meu próprio ritmo de caminhar,
e para isso, devo tornar-me o mais leve que eu puder.
Preciso aprender e a reconhecer que a falta de esperanças,
de expectativas e de sonhos não é dor, nem ausência de força ou motivação, mas
aceitação e espaço para saber apreciar a beleza existente nas menores coisas e
que estão sempre a nossa volta.
O que peço durante minha caminhada, é que eu não me torne tão
dura que não seja capaz de reconhecer a doçura, e nem tão sem defesa que a
mínima brisa possa me fazer perder a coragem de prosseguir.
Que eu seja capaz de dentro deste silêncio, encontrar meu
próprio equilíbrio e prosseguir meu caminho.
Verdade
É desassossego o que eu carrego na alma. Desassossego por
não concordar com o que é nos imposto como certo, quando somos capazes de
descobrir por nós mesmos o que nos faz sentido.
A análise constante sobre cada ato, cada passo, cada ação ou
reação que eu tenho, as motivações que se escondem por trás das minhas próprias
justificativas e o me saber capaz de fazer melhor são meus guias.
É esse mesmo desassossego, essa mesma inquietação e a minha
incapacidade de conformar-me comigo sendo menos do que o meu “potencial para
ser” que me fazem encontrar em mim mesma meu refúgio e conforto e também o meu
próprio inferno.
O mundo que nos rodeia nem sempre foi “moldado” por nós, mas
por todos aqueles que estão a nossa volta e que aqui estiveram antes de nós.
Aceitarmos as coisas que “já vieram prontas” tanto pode ser uma sabedoria para
proporcionar certa paz de espírito e calma, como pode ser o refúgio e a
desculpa para não lidarmos com nossos próprios receios.
Deixo como exemplo uma reflexão.
Não são os nomes, títulos ou conceitos que nos fazem
relacionarmos com as pessoas. São o nosso carinho, respeito e afinidade por
cada pessoa que está a nossa volta. Ninguém tem a “obrigação” de romper uma
amizade por ter se sentido incompreendido, ninguém “precisa” brigar por se ter
sentido ofendido.
Isso são “conceitos”.
E como pessoas, somos mais que os conceitos que nos
ensinaram. Somos capazes de aprendermos a “ler” nossas próprias verdades e o
que nos vai ao coração.
Pode-se mudar o “nome” das coisas, o sentimento só “precisa”
mudar se for essa a nossa escolha. Não há verdade nem importância maior do que
aquelas que carregamos dentro de nós.
“O caminho faz-se ao caminhar”, mas para que sejamos capazes
de traçar nossos próprios caminhos, é preciso aprender a ter a coragem de
comandar nossos próprios passos.
11 de dez. de 2011
Maturidade
Sou, sem dúvida, a pessoa mais “imatura” que conheço. Para
mim, respeito é importante, tanto quanto o amor e quanto o apoio.
É uma grande “imaturidade”
a minha, pois sou daquelas pessoas que acredita que quando se ama, se quer o
bem do ser amado, se quer a felicidade do mesmo.
Uma grande, enorme “imaturidade” a minha, porque acredito
que o importante quando uma decisão difícil é tomada, é ouvir algo como “só
quero que você seja feliz, conte comigo para o que for preciso”. Mas isso é
bobagem, é só parte da minha imaturidade.
A mesma “imaturidade” que me diz que apenas nós mesmos
podemos conhecer aquilo que nos vai na alma, no coração, e qual o melhor
caminho que podemos trilhar.
Essa mesma “imaturidade” é o que me mostra quantas vezes as
pessoas preferem “conhecer a verdade e as melhores alternativas” do que apenas
oferecer um abraço, um conforto.
É também, essa “imaturidade” que me faz acreditar que às
vezes, o caminho solitário, fechado, vazio, é o mais certo, pois não está
sujeito às analises, julgamentos, aprovações ou “sugestões” do que e de como as
coisas deveriam ser.
Essa “imaturidade” também me faz sentir uma solidão que é
irremediável, a solidão que se sente quando o que se tem são “julgamentos”
sobre as coisas ao invés de uma mão que se estende.
Por ser assim, tão “imatura”, já desisti de contar com
compreensão, e sinto como se apenas um “boa sorte” já fosse suficiente, não
acredito que eu fosse precisar muito mais do que isso.
Sou “imatura” demais na minha visão do que é o amor, e de
como ele deveria ser. Sou “imatura” demais nas questões da vida, ao reconhecer
que do futuro, nada, absolutamente nada eu sei.
“Imatura” o bastante, para
reconhecer que não sei nem o que será de mim mesma, quanto mais para “tentar”
saber o que seria melhor para outra pessoa.
E por ser assim, “imatura”, “infantil”, e viver uma espécie
de “adolescência tardia”, penso que as pessoas fazem todas, apenas o melhor que
podem, e na minha imaturidade, amo cada uma delas com todo o meu amor, sem que a
minha visão de como as coisas “deveriam ser” seja maior do que o respeito ou o
amor que sinto por elas.
E assim, na minha “loucura”, na minha “inconsequência”,
desejo que as pessoas sejam sim, sempre, o mais feliz que puderem, que se
permitam “quebrar as regras” do que pode parecer ser o mais “certo”, para que
se lembrem, ao menos uma vez ou outra, de serem elas mesmas.
6 de dez. de 2011
Meu mundo
Eu vi um mundo diferente, uma vez.
Olhei através de uma
fechadura, e vislumbrei um universo de possibilidades, cores, formas e belezas
que me fizeram perder o fôlego e alterar toda a minha realidade.
Eu vislumbrei por uma fresta o potencial de uma humanidade
diferente, de tudo que poderia ser real e possível, se nos concedêssemos o
direito de “ousar”.
Talvez esse universo seja o mesmo que eu via quando criança,
e que me fazia rir tantas vezes sozinha.
Ao longo do tempo, talvez por ter aprendido a duvidar, as
portas e frestas se tornaram distantes, esquecidas, até novamente eu me deparar
com as possibilidades que eu havia aprendido a esquecer.
As possibilidades sempre estarão à nossa frente, sempre
existirão frestas à espera de serem redescobertas, mas é preciso coragem para
olhar por elas, é preciso deixar de lado o que aprendemos e nos permitirmos não
saber mais, apenas descobrir.
Eu vi um mundo diferente, repleto de possibilidades e de
cores. Um mundo tão diferente e tão fantástico, onde nenhum sentimento que não
fosse repleto de beleza e plenitude poderia entrar. Um mundo não de imaginação,
mas de um real até então apenas imaginado nos sonhos mais loucos e incríveis.
Eu vi um universo por trás de uma fechadura, e fiquei como
um louco que anda a beira de um precipício, me perguntando se valeria mais a
certeza do chão sob meus pés ou se o salto poderia se transformar num vôo de
liberdade, ainda que eu me reconhecesse sem asas.
Quando algumas coisas são vistas, descobertas, não há
caminho de volta. Não há retorno possível. “A mente que se expande com uma
idéia jamais retorna ao seu tamanho original” já dizia Einstein.
É como escalar uma montanha, ou andar através de deserto.
Quando se está no meio do caminho, a única opção possível é seguir em frente.
Todas as nossas escolhas nos levam à consequências, algumas
mais previsíveis, outras menos. A única forma que temos de evitar
arrependimentos ou escolhas erradas, é seguirmos as escolhas dos nossos
corações, da nossa própria verdade.
E a minha verdade, é a de um universo colorido, onde eu
tenho asas e os elefantes são cor de rosa e cantam sorrindo.
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