20 de jun. de 2012

Histórias da Baixa de Albufeira II - Diuk


Diuk

Não estão esquecidas as histórias sobre o Buzzi, Mandinho, a doce Palhaça e nem a da gaivota misericordiosa. Mas essa de agora passa à frente, não por ordem cronológica mas pelo instante que representa.

Ontem enquanto estava a trabalhar passa por mim um amigo com ar apressado, mãos em concha e mostra-me um pequeno pardal muito assustado que não conseguia voar.  Iam os dois (meu amigo e o pardal) no sentido da praça, aonde o pardal ia ser libertado. Tive que intervir, ainda mais ao ouvir o canto esfomeado das gaivotas ali perto... (sim, as gaivotas comem de tudo...)

Assumi a responsabilidade de ter eu as mãos em concha, e fui a procura de uma caixa ou lugar aquecido e seguro até que o trabalho acabasse.

Trouxe comigo para casa o tal bichinho, já denominado Diuk, e com a doçura de amigos do trabalho Diuk veio comigo já com comida e lugar para beber água. Durante a noite cheguei a pensar que pela manhã eu teria alguma surpresa triste, mas prefiro antes a tentativa ao invés de encher com tanta facilidade a barriga de algum gato ou gaivota com instintos caçadores muito aflorados...

Pela manhã acordo com um bom dia (muitos “bom dias”) em forma de pio e farfalhar de asas. Sem saber bem o que fazer e a pensar nos perigos que podem existir nos cantos atrás de máquina de lavar roupa e afins, preparo a casa de banho (banheiro) para receber o ansioso Diuk.

Neste instante que agora escrevo fui expulsa da casa de banho para dar espaço ao treino de grandes acrobacias e tentativas de vôo, que só me fazem lembrar Fernão Capelo e seu caminho rumo ao infinito, infinito que para o Diuk começa entre a banheira e a pia com paradas estratégicas sobre meu roupão pendurado na parede, tudo com trilha sonora de pios esganiçados motivados pela adrenalida dos primeiros vôos de independência.

Penso que não fará mal algum um dia de treino para fortalecer os músculos e asas tão pequeninas, e amanhã Diuk poderá fazer seu grande vôo de liberdade pelos céus de Albufeira e quem sabe quais outros céus mais...

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