22 de dez. de 2011

Um presente de Natal


Joga-se, arrisca-se. Analisa-se tudo o que há para perder, como as colunas e pilares de todos os sonhos e esperanças, se pega entre as mãos como se fosse um pacote delicado, como um lindo pacote de presente sob uma árvore de Natal, onde nele houvesse toda a magia e encantamento que habita nosso ser.

Olha-se para o pacote, preso e seguro entre nossos dedos como se fosse toda a motivação que nos faz abrir os olhos dia após dia, todas as esperanças e crenças contidas ali.

Olhamos com doçura, com medo de que um pacote assim, tão precioso e tão frágil possa desaparecer ou se danificar. Apegamo-nos a ele de tal forma, que já nem sequer caminhamos rumo aos nossos desejos, com medo de que algo possa danificar esse embrulho tão mágico e precioso.

Mas às vezes, paramos e olhamos para ele, paralisados por uma súbita compreensão daquilo que há tanto tempo estamos carregando... tentando proteger tanto, que nunca será possível ver o pacote aberto... Como um presente que queríamos tanto, que enfrentamos tantas coisas para obter, que guardamos fechado com medo de que o uso o estrague.

Fiquei parada, a olhar o pacote entre minhas mãos, subitamente surpresa ao ver como o carregava comigo tão forte contra meu peito, que já nem sequer conseguia pensar em abri-lo e descobrir o que havia ali contido, meus próprios desejos e sonhos.

Então, ainda com o pacote entre as mãos, sentei-me no chão... e o abri. Como pássaros que tivessem sido trancados dentro dele, vi-os um a um a voar rumo aos céus. Os sonhos encontraram sua morada – as nuvens. E eu... eu fiquei sem pacotes ou pesos para carregar, leve.

Feliz Natal

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