11 de jun. de 2010

Um Amor

Alguns amores vem quando somos jovens, quase crianças. Nos enchem de sonhos, nos fazem acreditar na eternidade dos pequenos gestos, nos fazem acreditar que uma pessoa pode significar o mundo, ser perfeita. Nos deitam ao chão quando o amor acaba... Nos mata... Mata uma parte linda em nós, a inocência. Outros amores vêm depois, nunca iguais. Cada um de uma forma, de um jeito especial e nos fazem resgatar pequenos pedaços do primeiro amor que tivemos. Chega o dia em que somos adultos, e que fantasias e emoções nos deixam em dúvida, em conflito com todas as coisas que, à duras penas, aprendemos, tivemos que aprender. E nos vemos frente à uma escolha... Tentar de novo? Nos abrirmos para todas as mágoas que podem vir e nos deitar de novo ao chão? Entregarmos nosso coração já tão machucado de novo? Mas então vemos um olhar, e vem a vontade louca de acreditar mais uma vez, de tentar... Sabemos que não existe perfeição, que como o primeiro amor, nenhum mais haverá. Mas há de haver o último, aquele que nos será o conforto para o cansaço, o porto seguro para os dias de maré violenta. O nosso jeito de pintar a vida com outras cores, outras formas, nossa tentativa de dar uma chance para aqueles velhos sonhos de criança que nunca morrem de vez em nós. Um amor. Que não seja apenas para recordar, mas que seja para tornar a vida mais leve, a alma menos solitária, para trazer esperança para os dias que virão. Um amor. Para que possa se sentir novamente, para que se possa lembrar que ainda estamos vivos.

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