1 de jun. de 2010

Seleção

Seletividade. Não sei se essa palavra existe. Se não, deveria existir. Que a menina que um dia eu fui me perdoe, mas sou seletiva. Prefiro as noites vazias, o som do silêncio a minha volta do que substituir com algo qualquer. Prefiro o escuro, prefiro a solidão do que tentar fechar um buraco que não será tapado. A gente aprende, a gente cresce. A gente não se contenta mais com pouco, com qualquer coisa. Tem que ser aquilo, ou que não seja nada. Nem todas as pessoas são substituíveis, nem tudo se remenda de qualquer jeito. As vezes, deixar o buraco é melhor do que tapá-lo com qualquer areia. Escolho o buraco... que a areia qualquer me desculpe. Não estou disponível, não estou acessível, não estou aberta. Se a vida é dura, que assim seja. Se sonhos não se tornam realidade, que assim seja. Se nem toda luta termina em vitória, só peço sabedoria e humildade para reconhecer a derrota. Sei curvar os joelhos. Se eu não puder bastar para mim mesma, ninguém mais poderá. Peço apenas força para enfrentar os dias, para suportar as noites. Sem muletas, sem dependências. Se ainda balançam minhas pernas, se ainda tropeço e perco o equilíbrio, hei de aprender a andar por mim mesma um dia.

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