21 de dez. de 2016

As cartas que não escrevo

Pulsa em mim um Universo de palavras. De frases construídas com o sentir e o pensar. Frases que não escrevo.
Palavras perdidas que voam no Universo de mim e não encontram porto - além do porto de mim mesma.
Meu abrigo? Que seja eu...
De que valem os encontros, se promovem mais desencontros de olhares do que olhares encontrados?
De que vale o encontro, quando é só que se fazem os caminhos todos?
E o poder criador do verbo perde-se nos tempos em que a criação valorizada ainda é a das ilusões.
Quem se importa com a verdade?
Quem ainda se importa com a verdade neste mundo?
Tanto medo em acreditar, que escolhe-se consciente a fantasia, para evitar dores... E não é a fantasia uma dor por si só?
Não gosto de muito do que vejo, não posso pela verdade em mim participar ou ser cúmplice de ilusões que destroçam o que ainda acredito ser o melhor do mundo - agape.... Agape!
Onde está, que nem sequer encontra-se... e pior! Nem se quer se procura...
Pensei ir à Sagres, para estar com o mar.
O mar... habita em mim. Já lá estou.
Mas meu corpo... este... vai dedicar-se ao jardim. Plantar sementes, cuidar do pequeno mundo que me cerca... que este sim, cuida de mim.

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