7 de jul. de 2010

Historinha

Ninguém vai entender isso, então não se dêem ao trabalho de ler. Escrevo para mim, só para me lembrar disso depois.
Ela era louca.
Acordou numa manhã e foi comprar uma armadura, ela decidiu ir pra guerra. Comprou também uma espada. Brigou com todos para poder ir pra guerra. Aquilo transformou-se num ideal, ela ia e ia vencer todo um exército.
Ia arrancar cabeças e amputar braços e pernas, se veria mergulhada em sangue e conquistaria sozinha a batalha toda. Ninguém poderia detê-la. Pois, não poderiam mesmo, quem detêm um louco???
E ela foi para o campo de batalha, e encontrou cachorros doentes de raiva no caminho, se engalfinhou com eles, desconfio até que pode ter mesmo mordido alguns. Saiu sem um arranhão, até os cães raivosos viam o perigo de enfrentar um louco.
E mantinha a postura de ataque constantemente, pobre de quem se aproximasse! Ela era louca.
Pior ainda. Ela era louca e tinha um objetivo, o que pode ser pior ou mais perigoso que um louco com um propósito? (Saiam da frente se encontrarem alguém assim)
Muita gente bateu palmas a cada corpo que ela deitava ao chão. Era um espetáculo! (Tipo pão e circo ou qualquer coisa assim) Muita gente não conseguia sequer olhar e desviava o rosto. Alguns não sabiam o que pensar.
Mas chegou um dia em que a noite durou tempo demais, e não clareava. E ela, com a armadura cheia de sangue e brandindo a espada na mão, com dores de cansaço e câimbras por todo corpo persistia... Olhava para o céu escuro, estranhava aquilo, mas persistia.
Sem se saber como ou por quê, de repente a noite acabou. Mas não se fez dia. Não era claro nem escuro, não havia Lua ou Sol, não havia nada, nem mesmo o campo de batalha estava mais ali.
Era nada. E era tudo. Era consciência.
Como louca que era, ela viu a existência. Viu o próprio caminho, tanto passado quanto futuro, viu a própria alma e a própria existência. Tomou um susto. Não havia desafio. Não havia guerra. Não havia busca, não havia nada, eram apenas passos, quaisquer passos, em qualquer direção.
Estava tudo certo, estava tudo bem. Não havia luta.
E o objetivo, o propósito, não era sequer um propósito. Era normal também, fazia parte daquela dança enlouquecida, fazia parte como também fazia parte qualquer armadura ou espada que ela decidisse empunhar.
E como louca que era, ela se sentou. E riu. E não era um riso histérico, desesperado. Era cômico! Aquilo era cômico!
Dizem por aí que só os loucos conseguem perceber e se divertir com algo cômico. Pois... ela era louca... e conseguiu.
Também há quem diga que ela nunca foi louca, mas sim que ela conseguia ver o que outros não viam. Nunca fez diferença para ela se ela era louca ou não.
É como quando alguém conta uma história engraçada que só você entende e ri. Faz diferença se alguém mais dá risada? Não... não faz diferença nenhuma, porque você ri. Você percebeu. E o fato de só ter sido você a perceber, torna a história ainda mais cômica. E então você ri ainda com mais vontade.
Ai, ai....
(suspiro)
Rsrsrsrsrs

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