Porquê: Eu sou uma alma livre presa em um corpo, mas não limitada por ele.
30 de mai. de 2022
Descalçar
24 de fev. de 2022
31 de dez. de 2020
2020
2020… que ano! Tudo virou um pouco do avesso,
estagnou, parou e nos fez parar. Uma necessidade de adaptação e de reinvenção própria
generalizada, de pessoas à empresas, de indivíduos à comunidades inteiras.
Reinventar, fortalecer, sobreviver e ultrapassar. 2020, que ano!
E que privilégio imenso fazer
parte dele, viver toda essa mudança, fazer parte dela!
Que lição impressionante e incrível
o aprender a abster-se, a lutar e ao mesmo tempo, resignar-se, o desenvolver a
capacidade de criar e ao mesmo tempo, fortalecer-se.
Claro que ainda é cedo, muito
cedo para ver e sentir tudo que 2020 trouxe. Tudo tão custoso e difícil,
dolorido, sofrido… sem falar nas perdas imensas e sem retorno, de pessoas, de
saúde, de conquistas… Sem dúvida muito se perdeu durante todo este processo,
que em 2020, começou. Não nos enganemos, 2020 nos ensinou em meio a outras
coisas que claramente já não podemos mais desviar os olhos na esperança que as
dificuldades passem, se alguém ainda pensa que sim… devia pensar novamente.
Mesmo.
Não nos enganemos, pois. De olhos
abertos e consciência desperta, há que saber: 2020 foi o início do processo.
Foi a curva na estrada a indicar que o caminho é distinto, que a estrada é
outra e que há imensas curvas, túneis, pontes perigosas e ladeiras íngremes e
angulosas – mas que leva ao destino que importa. Que leva (e obriga) à
interiorizar-se, a encarar as escolhas próprias, a assumir as consequências e a
reconhecer que somos nós, única e exclusivamente nós, os “culpados” ou os “heróis”
de nossa própria história – e que não podemos ter resultados melhores se não
escolhemos fazê-los e construí-los nós mesmos.
Talvez, muito em breve, comecem a
surgir outras perceções, como que por exemplo, não basta culpabilizar o governo
ou o mundo sobre isto ou aquilo, se não formos nós, individualmente, a escolher
diferente. Talvez, também muito em breve, se descubra que embora com muito
custo e esforço, podemos alterar completamente o rumo de nossa própria vida e
nos descobrirmos a viver de forma muito mais simples e imensamente mais feliz.
Talvez, muito mas mesmo muito em breve, se saiba que a maior conquista, a maior
satisfação e a felicidade plena estão juntas no mesmo lugar e dependem muito
mais daquilo que de bom oferecemos, do que daquilo que queremos ou esperamos
receber. Talvez… talvez seja mesmo já, já que 2021 está mesmo a chegar.
Feliz 2021!
11 de out. de 2020
A Casa Vazia
1 - Ainda demoras muito por aqui? É que assim não consigo
fechar a porta…
2 - Eu gosto da casa vazia, por isso me demoro. Gosto da casa
vazia porque preciso gostar, como precisar de precisão e de necessidade, senão
dever.
1 – És estranha. Porque alguém gostaria de uma casa vazia?
2 – É por causa do amor que eu guardo. O amor que eu tenho
precisa da casa vazia, do silêncio das vozes e do barulho dos pássaros, precisa
das janelas abertas e do vento frio a arejar os espaços, do chão sem mobília e
das paredes desertas e das portas trancadas com chave, que não deixam ninguém
entrar.
1 – (…)
2 - O amor que eu tenho é denso e é pesado, é tão forte que carrega
e levanta qualquer peso e qualquer espaço, qualquer dor e qualquer escuridão, é
em si mesmo, uma brutalidade, uma violência, um furacão. Exige tanto, absorve
tanto, dá tanto e faz tanto, que não cabe em si e nem no outro, é um buraco
negro que alimenta-se de si mesmo e mais denso, mais forte, mais infinito em si
mesmo, fica…
1 – E chamas isso amor?
2 – Chamo a isso a única forma de amor e de sentir que conheço…
Mas eu sei que não cabe em lado nenhum, eu sei que não é aceito, eu sei que é intenso
“demais”, mas é assim.
1 – E amas?
2 – Ora, não vês que não se pode? É por isso que eu gosto da
casa vazia… por causa do amor que guardo. Aqui, na casa vazia, ele “cabe”.
22 de set. de 2020
26.09
5 de ago. de 2020
Mar
24 de dez. de 2019
Reflexões Natalinas
10 de dez. de 2019
...
6 de dez. de 2019
Realismo
23 de nov. de 2019
Vocês
19 de out. de 2019
Fui navegar
2 de out. de 2019
Não me recordes do futuro
Ainda não acabou.
Segura, segura com todas as forças o tempo,
Não deixa o tempo correr, não deixa o tempo passar...
... Mas se não passa, não chegará o momento... e não nos encontraremos...
Melhor não nos encontrarmos?
Melhor o tempo passar... ou não passar?
Calma, ainda é presente...
Calma, ainda não nos encontrámos...
Calma...
Mas não, tu não me recordes do futuro,
Que ainda nem sequer nos encontrámos,
Como poderemos nos despedir?
Ainda é presente...
Não me recordes do futuro...
Ainda não nos encontrámos.
22 de set. de 2019
5 de set. de 2019
Interrompido
15 de ago. de 2019
Farol
14 de abr. de 2019
40!
15 de abr. de 2018
Agora
18 de mar. de 2018
Troncos & Raízes
27 de dez. de 2017
Partidas
Podem dizer muita coisa certa, confortar com muita explicação lógica, confortar espiritualmente nossos corações em pedacinhos...
Mas eles foram cedo demais.
Poderiam até ter chegado até aos 200 anos, e ainda assim, teriam ido cedo demais...
Só não foram cedo demais por causa da dor. Boas pessoas não deviam sofrer. Pessoas assim tão amadas, não podiam ter que lutar sozinhas essas lutas em que todos os outros (nós) nos tornamos tão impotentes.
Não podia não. Devia ser proibido.
Eles foram cedo demais, ainda que tivessem vivido pra sempre. Ainda teria sido cedo demais.
E então, na revolta dessa partida injusta, pensando na natureza que é sábia e transforma, pensando no amor que é a força mais poderosa do universo, dá para saber que a injustiça não cabe em lugar nenhum, então tudo isso simplesmente "não encaixa".
Estamos vendo errado.
Não existiu essa partida, essa despedida, essa separação. Não existiu porque não combina com o que sabemos dentro de nós, com nossas mais absolutas certezas.
Ninguém sabe mais do que os sentimentos que sentimos.
Ficaram invisíveis. Nossos heróis ficaram invisíveis... Só mais um super-poder, entre tantos outros.
Deste super poder não precisamos nem podemos gostar... mas foi isso...
Só mais um super poder.
Que lhes permite estar em todos os lugares, ver o que não conseguimos ver (exatamente como acontecia quando éramos pequenos), saber o que ainda não sabemos.
O amor é a força mais poderosa do mundo... e no amor, eles agora só ficaram invencíveis, como sempre foram aos nossos olhos. Agora, também contra qualquer dor ou doença.
19 de dez. de 2017
Despedida
A realidade é um pouco diferente agora. Caixas, empacotamentos, lembranças embaladas, memórias carregadas. Pedacinhos à serem transportados de uma vida inteira, que se espalha e multiplica pelas pessoas de valor e mérito. Muitas participam, muitas recolhem-se a observar. Levo lições importantes de uma semana repleta de aprendizados, conclusões e sentimentos. Tantos anos sem mudar para depois aprender a arte da mudança, para poder estar aqui agora e fazer o que estou fazendo. Com o coração repleto destes aprendizados recentes, conclusões e sentimentos, sinto-me grata pela chance dessa despedida prolongada e silenciosa, desse esvaziar de um etapa que tinha começado assim mesmo, com um apartamento vazio, eu e você. O apartamento vai ficando vazio e já não está você, que espalhou-se pelo mundo, encantando, inspirando e voando por esse Universo que desconheço ainda. Fico eu, para fechar a porta e dar por encerrada essa etapa, enquanto corro para o abraço dos que ficaram, enchendo-nos nós, uns aos outros, do amor que você nos deixou.