14 de mar. de 2017

Loucura

Encosto-me ao batente da porta, a olhar para os pássaros, os cães e as laranjeiras sem ver coisa alguma.
Sinto-me como se estivesse à janela, e o que vejo cá dentro como se fosse “lá fora” é uma vida que me encanta. Que me fascina. Que me trás lembranças de uma felicidade simples que os anos deixaram empoeirada nas prateleiras das recordações.
Uma ternura doce e esforçada, batalhada dia-a-dia com a força de um coração puro que me desarma dos meus frágeis sonhos e das ilusões.
Olho como se olhasse através da janela (que não há), e não seguro o anseio de pertencer à paisagem que não é aquela que tenho à frente, apenas à janela (que imagino).

Mas se por acaso, olho-te a ti... ai! Que até as laranjeiras perdem a cor, e silenciam os pássaros...

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