Podem dizer muita coisa certa, confortar com muita explicação lógica, confortar espiritualmente nossos corações em pedacinhos...
Mas eles foram cedo demais.
Poderiam até ter chegado até aos 200 anos, e ainda assim, teriam ido cedo demais...
Só não foram cedo demais por causa da dor. Boas pessoas não deviam sofrer. Pessoas assim tão amadas, não podiam ter que lutar sozinhas essas lutas em que todos os outros (nós) nos tornamos tão impotentes.
Não podia não. Devia ser proibido.
Eles foram cedo demais, ainda que tivessem vivido pra sempre. Ainda teria sido cedo demais.
E então, na revolta dessa partida injusta, pensando na natureza que é sábia e transforma, pensando no amor que é a força mais poderosa do universo, dá para saber que a injustiça não cabe em lugar nenhum, então tudo isso simplesmente "não encaixa".
Estamos vendo errado.
Não existiu essa partida, essa despedida, essa separação. Não existiu porque não combina com o que sabemos dentro de nós, com nossas mais absolutas certezas.
Ninguém sabe mais do que os sentimentos que sentimos.
Ficaram invisíveis. Nossos heróis ficaram invisíveis... Só mais um super-poder, entre tantos outros.
Deste super poder não precisamos nem podemos gostar... mas foi isso...
Só mais um super poder.
Que lhes permite estar em todos os lugares, ver o que não conseguimos ver (exatamente como acontecia quando éramos pequenos), saber o que ainda não sabemos.
O amor é a força mais poderosa do mundo... e no amor, eles agora só ficaram invencíveis, como sempre foram aos nossos olhos. Agora, também contra qualquer dor ou doença.
Porquê: Eu sou uma alma livre presa em um corpo, mas não limitada por ele.
27 de dez. de 2017
Partidas
19 de dez. de 2017
Despedida
A realidade é um pouco diferente agora. Caixas, empacotamentos, lembranças embaladas, memórias carregadas. Pedacinhos à serem transportados de uma vida inteira, que se espalha e multiplica pelas pessoas de valor e mérito. Muitas participam, muitas recolhem-se a observar. Levo lições importantes de uma semana repleta de aprendizados, conclusões e sentimentos. Tantos anos sem mudar para depois aprender a arte da mudança, para poder estar aqui agora e fazer o que estou fazendo. Com o coração repleto destes aprendizados recentes, conclusões e sentimentos, sinto-me grata pela chance dessa despedida prolongada e silenciosa, desse esvaziar de um etapa que tinha começado assim mesmo, com um apartamento vazio, eu e você. O apartamento vai ficando vazio e já não está você, que espalhou-se pelo mundo, encantando, inspirando e voando por esse Universo que desconheço ainda. Fico eu, para fechar a porta e dar por encerrada essa etapa, enquanto corro para o abraço dos que ficaram, enchendo-nos nós, uns aos outros, do amor que você nos deixou.
15 de dez. de 2017
Receita para uma vida feliz
Então, quando vejo e percebo tantas coisas à minha volta, é do meu coração a voz que me diz com clareza, sensatez e equilíbrio mais ensinamentos ainda...
24 de nov. de 2017
Papai - por Ana Luiza (Agapito) Baumann
18 de nov. de 2017
Pai
Me sentei aqui no chão, entre a casa e a montanha de pedras, com minhas costas voltadas para o sol e meus olhos para o campo. Me lembrei das vezes que você ia sem camisa se sentar no terraço para apanhar sol, a sua "praia" particular, e que você dizia que isso fazia bem - apanhar sol nas costas.
Na verdade, não sei o que mais eu posso fazer agora para além de estar assim, calma, apanhando este sol nas costas. Estou mesmo muito calma, serena, aliviada pela poupança de dor e em paz de espírito e consciência, grata por tantas coisas boas e momentos, por uma partilha inexprimível.
Mas estou também com o coração apertado, sentindo uma tristeza saudosa que eu sei, vai ficar sempre. Às vezes vai apertar mais ou vai apertar menos, mas fica.
Engraçado como ao mesmo tempo, me vejo agradecendo por todas as novas tecnologias que me permitem lembrar momentos e conversas através de fotos, áudios, emails. Tantos e tão bons! Quem dera fossem ainda mais, apesar de serem inúmeros.
Os passarinhos cantam, os cachorros brincam, um vento muito fraco faz algumas folhas e galhos balançarem e existe mesmo muita serenidade e paz, existem lembranças muito boas e fortes dos abraços, dos risos e das conversas.
Poucas horas atrás eu estava a dizer sobre como sou afortunada. Mesmo agora... com essa tristezinha no peito, que bênção e que fortuna é este conforto que carrego de tantas coisas para lembrar e sentimentos para sentir.
Mesmo longe, a união entre todos nós, o amor tão imenso e incondicional que nos faz estar nos abraços uns dos outros mesmo quando estão invisíveis os braços.
Queria poder chorar no seu colo e no seu abraço, e eu sei que você queria também. Aí sinto bem forte que na verdade (essa verdade que é invisível mas concreta), eu choro sim no seu abraço, e você sim, me conforta.
Estamos todos juntos. Sempre.
11 de out. de 2017
Verdades
A ilusão é pensar que basta uma verdade superficial para ser "diferente". Poucos são aqueles capazes de partilhar as verdades incômodas.
E uma coisa é facto: Verdades "bonitinhas", superficiais e hipócritas interessam-me nada.
"Sonho com um amor em que duas pessoas compartilham uma paixão de buscar juntas uma verdade mais elevada. Talvez não devesse chamá-lo de amor. Talvez seu nome ideal seja amizade." - (Friedrich Nietzsche)
29 de set. de 2017
Não me ames
Não me ames, não estragues com ilusões a verdade que a razão trás. Não me queiras, não me desejes e nem precises de mim. Enquanto formos nós mesmos, poderemos ser tudo e assim nos complementarmos.Não queiras me amar com intensidade, com urgência e sem medida, que isso são necessidades de um coração vazio e não amor de verdade.Não me queiras como um mar revolto em sua vida, que isso só significa naufrágio. Não deixes que os buracos abertos, que as feridas que ainda sangram te façam me amar, que isso é tapar buracos com areia que qualquer vento leva.Prefiro que não me ames nunca, não me queiras nunca, não precises de mim nunca, assim sempre serás tu e não um pedaço de ser humano carente de mim. E gosto e respeito te demais para te querer sendo qualquer outra coisa que não tu mesmo.Não te deixes levar pela vontade de sentir as pernas trêmulas e pelas noites sem conseguir fechar os olhos, não, não me ames nunca.É por não me amares que com mais ternura me amas.Há muito mais verdade no teu não amar do que em qualquer frase de amor que me pudesses dizer.Enquanto não me amares, não me vou assustar, não vou temer nem fugir. Enquanto souberes quem és e quem eu sou, as coisas estarão em seus devidos lugares sem que existam coisas não nossas pelo meio.Enquanto não me amares, sei que é com a tua essência e com a tua verdade que me amas, e então não há necessidade de mais nada, só do que aquilo que de fato já há.É por não te amar que te amo com maior verdade e ternura.
25 de set. de 2017
Teoria das espécies do Amor
30 de jul. de 2017
Eu não queria
Não queria deixar passar-me ao lado toda a estrada que não percorremos, todas as viagens que não fizemos, toda a vida que não vivemos.
Eu não queria dizer-te adeus, nem afastar os meus olhos e meus risos dos teus.
Não queria deixar vir o tempo em que passarás a ser uma vaga lembrança, algo remoto dentro de mim que nem vou lembrar-me muito bem.
Não queria que chegasse o instante em que vais ligar e vou ter que perder alguns instantes até recordar-me de quem és, para então decidir se vale ou não a pena atender-te. Não queria...
Não queria deixar passar-me ao lado as noites estreladas em meio a lugar nenhum que não tivemos, o barulho das ondas do mar a quebrarem em nossos ouvidos entorpecidos pelos sons de nós mesmos que não chegamos a escutar.
Não queria deixar de viver o que ainda não vivemos.
Não queria deixar o calor e a exaustão dos dias tomarem maior força que a vontade do encontro de nós mesmos.
Não queria deixar-te ir, não queria dizer-te adeus.
Não queria que as obrigações e o tempo que marca o relógio se tornassem maior do que os sonhos que não chegamos a sonhar.
E quando nos afastamos, quando deixamos de nos falar, entender e compreender, eu não queria não conseguir dizer que não te queria dizer adeus.
Porque sei que em algum lugar estás e estarás sempre, e os dias me irão levar para diante e para o esquecimento, e a lembrança de tudo que poderia ter sido deixará de ser, pois nunca terá sido nada.
Eu não queria.
Mas não sabes.
Não sabes evitar o que eu não queria...
Nem eu.
30 Julho, 2010 - Ilusões
Queria escolher a minha realidade, desenhá-la à minha maneira com as cores que eu escolhesse, sem temer que um dia o desenho torne-se borrado ou nebuloso.
Pois existe muito mais encanto e fascínio no mundo que nossa mente pode produzir do que existe muitas vezes naquilo que de fato está a nossa volta. É muito mais fácil viver de sonhos, de ilusões e das expectativas que nosso coração pode criar do que naquilo que nossos olhos muitas vezes não querem enxergar.
Fomos criados assim, em meio a contos de fadas, a histórias de finais felizes e príncipes encantados. Somos como eternas crianças tentando abandonar a primeira infância, temendo pelas coisas que vemos ruir a nossa volta, à percepção de que nossos pais não são súper heróis e de que não somos capazes de voar.
Em algum momento foi implantada em nós a vontade de voar, de ter asas e de alcansar o céu. Uma parte de nós, por mais que o tempo passe e que creçamos, ainda acredita nessa capacidade. Precisa acreditar, senão o mundo torna-se cinzendo, duro, feito de concreto e asfalto.
Nem tudo aquilo que se quer é possível de ser conquistado, nem todos os sonhos são realizáveis, e nada tem a ver com a nossa força, coragem ou capacidade. Está muito mais relacionado com a realidade dos fatos.
Pessoas que gostamos ou amamos (ou pessoas que gostaríamos de gostar e amar) não são perfeitas, não possuem o dom de transformar as nossas vidas e nos devolver a capacidade de acreditarmos nas coisas que gostaríamos. Somos nós, sempre nós mesmos, os únicos capazes de transformar qualquer coisa em nós ou em nossa vida. Mas continuamos a teimar em encontrar alguem capaz de fazer isso por nós, ou alguém que nos sirva como alavanca para as transformações que precisamos em nós.
Quando caem essas projeções, crenças, nos vemos sozinhos novamente, e iniciamos novamente a procura por outra alternativa. Um ciclo constante de procura, desejos, ilusões e decepções. Ninguém é capaz de nos decepcionar, são apenas as nossas idéias e projeções que caem por terra. E como nos livrarmos dessas projeções, desses desejos, desses sonhos, se esta é a natureza do nosso ser?
Nenhum amigo, pai, mãe, ou seja quem for é capaz de nos desiludir, de nos decepcionar. É a idéia que fazemos daquela pessoa que se desfaz, que se desmancha em frente aos nossos olhos como pequenos castelos feitos na areia quando vem a água do mar.
Por isso é tão importante a compaixão, a compreenção, o perdão e a aceitação. Somos todos feitos da mesma matéria de desejos e sonhos. Somos todos frágeis, lutando nossas próprias batalhas, ora perdendo, ora conquistando.
Ver a fragilidade, fraqueza e defeitos de outra pessoa pode nos fazer escolher desencantarmo-nos com ela ou sermos tomados por uma imensa onda de compaixão e respeito, pois é através de outra pessoa que podemos ver a nós mesmos. Essa é a verdadeira essência do perdão e do amor.
Não importa quais sejam as fraquezas ou defeitos, não importam quão feios nos pareçam, pois somos feitos todos da mesma matéria. Uma massa de argila que cada um, ao longo da vida, procura moldar da melhor maneira possível, somos todos nós os escultores de nosso próprio ser, e podemos a todo instante escolher a forma com que vamos nos moldar.
Nesse percurso, cada um faz a melhor escultura possível, aquela que lhe parece a mais delicada e bonita ou aquela que parece a mais resistente e impactante, é a arte de viver.
Agape - Desassossego
24 de jul. de 2017
Será que aceito?
Enquanto espero, tomo um gelado na esplanada e fico a observar as pessoas em contínuo movimento, algumas a sair da praia (a maioria) e outras a trabalhar. Escuto indistintamente as conversas à minha volta e reparo nas expressões em seus rostos.
Não pertenço à nada disto, é um facto. Quanto tempo mais levarei para aceitar isso, não sei.
Não pertenço à este ritmo, à estes valores, à estes interesses e cotentamentos.
Pela primeira vez, tomo real consciência do quanto estou distante disto tudo. Do quanto sempre fui distante disto tudo.
Não que eu não tenha tentado encontrar uma forma de "entrar" ou de "fazer parte", e foi talvez sempre este o meu erro - tentar ser como não sou.
Ainda não sei, claro, se o facto de tomar consciência disto faz-me pronta para aceitar o facto como é, não sei se ao tomar consciência, automaticamente aceito minha verdade.
Mas que faz-me mais leve, isso faz.
17 de jul. de 2017
A velha
Sonhos
25 de abr. de 2017
Amor
4 de abr. de 2017
Simplicidade
27 de mar. de 2017
Texugo
Ia para casa, mas se eu fosse então eu ia pensar...
Observei a chuva para tentar inventar um roteiro.
Algo, qualquer coisa para me impedir de sonhar...
A cabeça não parava, perdi-me em um candeeiro.
A chuva lembra água, que me leva então para uma barragem;
O sol lembra luz, que me traz na mente uma estrela cadente...
Tudo me transporta! De nada vale roteiro, mudo de abordagem;
Para desviar o pensamento só mesmo se tivesse dor de dente...!
Inventei mil e uma coisas para tentar me entreter,
Para evitar a qualquer custo chegar perto do virtual
Sei lá eu no futuro o quê é que vai vir a acontecer...
Sei é que guardarei em mim e comigo "o" Portal. (Portel)
14 de mar. de 2017
Loucura
13 de mar. de 2017
Tubarões
Hábitos
12 de mar. de 2017
Dois Lados
Qual é o amor mais forte? Qual é o amor mais certo?
Talvez nem seja nada disso. Talvez não existam diferentes amores, talvez a única coisa que os diferencie seja o foco – e o sentimento seja o mesmo.