Há quem diga que é muito importante ligar, deixar recado, escrever... Há quem diga que é muito importante "dizer"...
Não concordo. Mais importante que dizer, é sentir. É ser. É fazer. É estar.
Há quem diga sem sentir, há quem sinta sem dizer...
E quantas razões podem haver para não dizer! Quantas! Tantas...
E eu que gostava das palavras, não mais as tenho... perderam o sentido, perderam o por quê... afinal, para quê?
Então só sinto, não é preciso dizer. Nem mais nada... porque nem sempre é possível fazer, realizar, viver. Às vezes há que calar, resignar, conformar, esquecer.
Mas acredito que tudo que se vive fica continuamente a acontecer, quem sabe talvez em um universo paralelo ou em alguma outra dimensão de realidade, há ainda uma repetição, um momento tão eterno que faz ser infinito o instante de um segundo.
E sim, há segundos que são eternos... que tornam-se eternos, mesmo depois que passam, porque não passam.
E sempre se pode voltar no tempo de olhos fechados e visitá-los. Porque é o que há, quando já não pode haver mais nada.
E muita gente já partiu, muita gente já foi, muito tempo já passou no intervalo de um minuto, muita dor que não se curou, muito amor que acabou, muito sonho que sobrou.
Mas alguns momentos são estáticos, eternos, imutáveis.
Algumas pessoas são marcos, são espadas, são palácios. São amor e são tortura, são paraísos e são pesadelos...
Algumas coisas apenas são... dentro daquilo que podem ser.
E nem é preciso dizer...
Porque afinal, mais importante que dizer, é sentir. É ser. É fazer. É estar. Há quem diga sem sentir, há quem sinta sem dizer...
E há quem diga antes, mesmo antes, sem sequer dizer... para na altura, já ter dito sem dizer e fingir esquecimento daquilo que já não se pode dizer... nem se pode mais sentir, e nem nunca se pôde.
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