Suponho que será agora assim para sempre. Haverá dias em que
o silêncio será um silêncio diferente, mais agudo e mais profundo do que todos
os silêncios de antes.
Dias em que haverá uma memória calada e constante, em que
sussurros baixinhos falarão no silêncio tudo o que o silêncio não ousa dizer.
Suponho que agora será assim, dias assim, para sempre.
Em que uma companhia invisível vai fazer-se presente , e a
saudade vai falar em palavras silenciosas tudo o que a voz não sabe dizer, nem
a voz e nem nada que se iguale.
É de dentro, vem de dentro, e não vai mais embora, vai ficar
e vai fazer companhia sempre, alguns dias que outros.
E quando alguma coisa for particularmente difícil, vai ecoar
mais alto, mais fazer-se uma companhia mais presente – um lembrete das coisas
que importam e de como é necessário seguir adiante. Não necessariamente para
algum lugar, apenas adiante.
E qualquer dor ou mágoa que se faça presente por qualquer
outro motivo, vai encontrar assim uma porta de saída, e vai desaguar tudo o que
de outra forma não saberia desaguar.
Suponho que agora será sempre assim, alguns dias mais,
outros menos, mas algo permanete, sempre ali, à espreita e perto, sempre uma
companhia, sempre um lembrete, sempre uma presença. E antes assim, pois é uma
presença que faz lembrar das coisas que realmente importam, e importarão
sempre.
Saudade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário