Meias... (há quem goste)
"Detesto dar asas à minha imaginação,
porque ela já voa bastante alto por si mesma, ainda que sem estímulos.
Quando por alguma razão encontro alguma necessidade em provocar esse
estímulo e “fazer filmes” em minha cabeça, os resultados são
imprevisíveis. Muitas vezes, tão condizentes com a realidade que chego a
pensar em quão grande pode nos ser a bênção da ignorância.
Seja
lá como for, uma vez que os filmes são feitos, dificilmente há volta a
dar. Engolimos a percepção que nos chega, e que por vezes demais, nos
deixa um gosto amargo na boca de que nada podemos fazer, sem falar na
forma com que nos sentimos. Enfim, supera-se.
É lamentável
quando percebemos que algumas pessoas perderam de tal maneira o amor por
elas mesmas que aceitam viver no deserto de expectativas que sabem ser
irreais, apenas por não se considerarem merecedoras da felicidade –
tornam-se incapazes.
Na verdade, nem sei dizer o que é pior, se
é a “vítima” que deixa de acreditar na própria capacidade de ser feliz,
ou se é o “vilão”, que para ter o “ego” lisonjeado e satisfeito permite
que a situação se mantenha indefinidamente, “estimulando” com palavras
doces e desculpas “inocentes” a perpetuação do mal que provoca –
tentando ainda, fazer com que o “veneno” soe adocicado dando nomes positivos e de bons sentimentos. Como o lobo que se quer passar por cordeiro.
Todas as pessoas merecem uma vida plena e
feliz. Porém, aquelas que não se julgam disso merecedoras, ou que se
enxergam incapazes de dar sequer um passo a frente para abandonar a
própria miséria, tem exatamente a miséria que escolheram – e por isso
passam a merecê-la."
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