É desassossego o que eu carrego na alma. Desassossego por
não concordar com o que é nos imposto como certo, quando somos capazes de
descobrir por nós mesmos o que nos faz sentido.
A análise constante sobre cada ato, cada passo, cada ação ou
reação que eu tenho, as motivações que se escondem por trás das minhas próprias
justificativas e o me saber capaz de fazer melhor são meus guias.
É esse mesmo desassossego, essa mesma inquietação e a minha
incapacidade de conformar-me comigo sendo menos do que o meu “potencial para
ser” que me fazem encontrar em mim mesma meu refúgio e conforto e também o meu
próprio inferno.
O mundo que nos rodeia nem sempre foi “moldado” por nós, mas
por todos aqueles que estão a nossa volta e que aqui estiveram antes de nós.
Aceitarmos as coisas que “já vieram prontas” tanto pode ser uma sabedoria para
proporcionar certa paz de espírito e calma, como pode ser o refúgio e a
desculpa para não lidarmos com nossos próprios receios.
Deixo como exemplo uma reflexão.
Não são os nomes, títulos ou conceitos que nos fazem
relacionarmos com as pessoas. São o nosso carinho, respeito e afinidade por
cada pessoa que está a nossa volta. Ninguém tem a “obrigação” de romper uma
amizade por ter se sentido incompreendido, ninguém “precisa” brigar por se ter
sentido ofendido.
Isso são “conceitos”.
E como pessoas, somos mais que os conceitos que nos
ensinaram. Somos capazes de aprendermos a “ler” nossas próprias verdades e o
que nos vai ao coração.
Pode-se mudar o “nome” das coisas, o sentimento só “precisa”
mudar se for essa a nossa escolha. Não há verdade nem importância maior do que
aquelas que carregamos dentro de nós.
“O caminho faz-se ao caminhar”, mas para que sejamos capazes
de traçar nossos próprios caminhos, é preciso aprender a ter a coragem de
comandar nossos próprios passos.
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