24 de jun. de 2024

Rudolph


Quando escrevi a primeira parte do livro, o Rudolph apareceu sem ter sido pensado antes, ele apenas "apareceu".

Apareceu quando no livro, o caminho havia se tornado demasiado incerto e indefinido, e o peso de um nada gigantesco pairava à frente. E então, "do nada", o Rudolph apareceu, para mostrar a direção.

Não pude deixar de sorrir quando triste, eu o vi hoje. Um Rudolph real, em pele, osso, pulgas e pêlos, que me olhou com os olhos de mel mais cheios de luz que eu alguma vez já vi, e ao me ver sorrir, levantou-se e veio atrás de mim. Atravessou a primeira rua ao meu lado, depois a segunda. Passou comigo pelo portão, entrou junto comigo no trabalho. E está agora aqui, deitado junto à secretária, não quis água nem comida, só se deixar estar.

Meu coração agradece esse deixar-se estar dele. Aqui, em silêncio, tranquilo. Me conforta, apazigua, mostra que talvez, quem sabe, eu esteja onde realmente devo estar, apesar do coração pesado e meio sem rumo.

As coisas mais pequenas, mais simples, são as mais difíceis e ainda assim, são e serão sempre as mais importantes.

Obrigada Rudolph!

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