Uma página em branco, como a que tenho na minha frente agora...
Milhares de pensamentos e de palavras, sentimentos que eu queria entender e traduzir para o papel, como tento agora...
Mas o papel é silêncio - não me responde. Não me esclarece.
Sem imagens ou cores, está em branco... são só memórias.
Assim como quando penso ou falo em pensamento com vocês - nem sempre há resposta.
No branco do papel tudo é possível, toda cor cabe, toda palavra pode ser escrita... mas a base é o branco. O cheio ou o vazio, depende do sentimento do instante.
Só o que não vejo ser totalmente possível nesse branco é o teletransporte... aquele que seria real e verdadeiro, que faz os olhares de cruzarem, as mãos se entrelaçarem, o abraço aquecer.
De certa forma, vejo o relógio correr para trás enquanto minhas pernas seguem no caminho para frente.
Meu coração (tão insano!) se conforta com a certeza da necessidade de eu estar aqui: ver, ouvir e abraçar os meus. Também e não menos importante, estabelecer as formas de meu relacionamento e amor com quem me rodeia.
Estou vendo e participando de evoluções importantes, a conquista e a realização de sonhos e a suada e batalhada liberdade acontecendo.
Olho com olhos de abraço outras gerações, a brigar contra as correntes invisíveis deles mesmos, a tentar abrir caminho por uma estrada já aberta - onde o que se faz necessário é apenas o ir... o que me lembra muito eu mesma.
Vivo os dias com a comunhão entre a paz e o desespero, a felicidade e a aflição.
Sei o quanto devo, por mim mesma, estar aqui e o quanto é certo este estar.
Algumas peças ainda parecem precisar tomar forma mais definida, mas não há pressa.
Não compreendo ainda muito bem alguns papéis na minha história presente, mas parece certo que tudo logo irá fazer sentido - mesmo o que ainda não faz.
Das coisas que lamento, a maior e talvez a única seja a distância. Esse oceano imenso que mostra toda a sua fúria através da própria imensidão que possui. Se fosse um riacho apenas (e com uma ponte a atravessá-lo), seria manso...
Talvez assim, a própria vida também fosse.
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