Quem sabe, há de chegar o dia em que serei de
fato livre. Porque me é difícil perceber a liberdade quando sou
prisioneira de mim mesma.
Hoje acordei refletindo sobre
felicidade. Por que as vezes me pego a pensar e a fazer planos para “um
dia feliz”? Penso ser apenas uma questão de contexto e de ego.
Contexto, porque se eu vivesse em uma terra de guerra e de fome, um dia sem mortes e
com comida seria claramente um dia feliz. E uma questão de ego porque
na falta de uma necessidade urgente (como sobrevivência e fome) as
necessitades que restam são as necessidades do ego.
Quem me dera ser livre do ego, e usufruir da abundância que existe sem avaliar as faltas – existem faltas sequer?
Posso procurar a felicidade dos dias em inúmeros lugares, cidades,
países. Posso procurar a felicidade na companhia de inúmeras pessoas,
animais, campos e paisagens. Posso ir e vir a qualquer lugar e a
qualquer lado, e a procura ainda assim irá durar eternamente enquanto
meus limites forem minha própria humanidade.
Por diversas vezes
pensei em me voluntariar para países e situações extremas, onde
residisse a felicidade simples – no sobreviver. E mais uma vez, a minha
felicidade estaria no contexto a minha volta, e não de fato em mim.
O contexto me faria feliz ao perceber que sobrevivi mais um dia.
Quantos dias já sobrevivi até aqui, e quantos dias de fato me fizeram
sentir alegria apenas por isso?
Posso adquirir conhecimento,
posso viver experiências, me aventurar a lugares desconhecidos e até
sentir imenso orgulho e prazer por estar em minha própria companhia, mas
estarei ainda assim limitada por uma felicidade dependente de meu
contexto atual e do meu ego.
Felizes são os que ignoram as próprias limitações.
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