Por muito tempo carreguei comigo a dúvida de que talvez
todas as minhas motivações fossem fuga de alguma coisa.
Hoje percebo que havia
mesmo razão para essa dúvida. Tomei grandes e difíceis decisões, escolhi
caminhos tortuosos e incertos, arrisquei o que eu tinha e o que eu não tinha
para “ouvir” as certezas que meu coração carregava.
Mas sim, eu estava a fugir.
Fugir de tudo que não vale a pena, fugir do que é supérfluo, ilusão, irreal.
Fugir do que é materialismo, do que é sistêmico e sem alma, fugir do que não
faz sentido, do que não é amor e partilha, gratidão e afeto. Fugir do que é
apego, do que é abuso, do que é mentira. Fugir do que não presta, do que nada
acrescenta ao coração e à vida, à evolução e ao amor.
Eu não sou o dinheiro que
eu ganho, eu não sou as coisas que eu compro, eu não sou a roupa que visto, a
aparência que tenho nem tão pouco sou a casa onde vivo. Eu não sou o trabalho
que eu faço, o emprego que eu tenho, a mala que eu carrego.
Os caminhos e escolhas
que assumi, assumi em nome de algo maior para mim – o que eu sou e o que eu
posso ser. Algo que não se negocia, não se troca, não se vende. “Perdi” muito
para “ganhar” a mim mesma – quanto mais será preciso “perder”, quanto mais será
preciso “fugir”? O quanto for necessário. Sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário