Estava lá, ninguèm viu.
Deixou de estar porque nenhum olho captou, nenhum ouvido ouviu
Estava lá, só um notou.
Realidade de um, e o um tornou-se louco para os demais
Estava lá, todo o mundo viu.
Senso comum para todos, todos viram, alguem enxergou?
Porquê: Eu sou uma alma livre presa em um corpo, mas não limitada por ele.
29 de ago. de 2012
24 de ago. de 2012
É...
É verdade que tudo poderia ser mais fácil, que todos os dias
poderiam ter ao menos um instante de sol e um instante de brisa.
É verdade que a luta as vezes parece não ter fim, e que as
vezes em alguns momentos questiono meus próprios limites. Mas é também verdade
que se eu nunca os tivesse questionado, eles teriam permanecido estáticos,
imutáveis, paralisados.
É verdade que as vezes faz falta alguma idéia do que o
amanhã pode trazer, mesmo quando reconheço que pensar que se controla o futuro
é das maiores ilusões que se pode ter.
É verdade que as vezes a vontade de realizar os sonhos exige
mais do que penso muitas vezes ser possível, e é sempre uma surpresa perceber
que o que antes parecia ser impossível, afinal era apenas falta de confiança.
É também verdade que as frutas mais saborosas tem seu sabor
concentrado quando precisam aproveitar cada gota de água, cada raio de sol,
cada sal da terra – e que o excesso dilui o sabor potencial.
Não precisa ser tudo fácil – basta que seja possível. Não precisa
ser tudo cor de rosa – basta ter cor. Não precisa ser sol todo dia – basta haver
luz. Não precisa que deixem de existir obstáculos – basta haver força. Não precisa
haver sonho – basta haver esperança. Não precisa haver abundância – basta haver
fé. Não precisa haver conforto – basta haver amor. E para todo o resto, que
exista sempre a vontade – aquela que transforma, que motiva, que movimenta.
12 de ago. de 2012
Ser Pai
Eu gostaria muito de ter a sabedoria e o dom de colocar nas
palavras o “estalo” que tornaria possível um novo direcionamento de pensar e
refletir sobre inúmeras questões e situações. A diferença que separa a teoria
da prática separa-se justamente por esse “estalo”, que permitiria um pensamento
tornar-se ação.
Hoje no Brasil é dia dos pais, e eu gostaria muito de
celebrar esse dia com um “estalo” assim, que tivesse o “poder” de mudar um
pouco a forma apegada com que muitas vezes encaramos nossos pais – e que em
muitas famílias os pais encaram seus filhos.
A relação pais & filhos antes de ser uma relação de
apego e necessidade é (ou deveria ser) uma relação de amor. Não o amor apegado
que deseja controlar e direcionar, mas o amor incondicional que liberta e
estimula, que possibilita grandes vôos e aprendizados.
O amor entre pais e filhos que não reflete a existência de
um ser no outro como espelhos, mas que percebe as diferenças e individualidade
de cada um, estimulando-as e utilizando-as como fonte inesgotável de aprendizado,
de respeito, de evolução.
Muitas relações de pais e filhos se sustenta no que há de
semelhança entre um e outro, como se fossem reflexos de uma mesma imagem, como
se tratassem de cópias aperfeiçoadas, vinculadas e dependentes uma da outra.
Aprendi com meu pai que a relação de maior amor entre pais e
filhos é diferente – muito diferente disso. Independente da necessidade da
presença que um represente para o outro, há uma necessidade maior, muito maior –
a de se realizar como pessoa única e assim desenvolver o potencial individual
que cada um carrega lá dentro, no próprio coração.
A proteção que imagino que todos os pais querem dar a seus
filhos não passa muitas vezes de uma grande ilusão – uma vez que não é possível
proteger ninguém da própria vida. E a vida proporcionará dores, tristezas,
decepções e dificuldades da mesma forma que proporcionará alegrias, vitórias,
conquistas. A intenção de muitos pais em criar uma “redoma” ao redor de seus
filhos ao mesmo tempo que pode momentaneamente afastar dissabores, afastará também
os sabores que a vida oferece. Estarão eternamente presentes na vida de seus
filhos os pais que criam essa redoma? Viverão eles para sempre para manter essa
redoma existente?
Uma criança ao nascer precisa criar anticorpos para se
defender das doenças do mundo, assim como os filhos precisam criar seus
próprios calos e defesas para sobreviverem e crescerem no mundo.
Imagino que não é tarefa fácil ser pai. Imagino que meu
próprio pai por muitas vezes deve ter se sentido aflito com muitas das minhas
escolhas e decisões, mas por ter sempre as respeitado e estimulado como sempre
o fez, conquistou mais do que o meu amor, conquistou meu respeito e admiração.
Imagino também que muitas vezes a opinião dos pais é muito
diferente da opinião de seus filhos, mas serão os pais donos da verdade?
Saberão eles tudo sobre as possíveis consequências das escolhas de seus filhos?
Para um pai limitar-se muitas vezes a observar os passos e escolhas de seus
filhos deve ser extremamente difícil. E quando as escolhas mostram-se realmente
erradas ou sofridas, ter ao lado o pai sem manifestar uma expressão qualquer
como do tipo “eu sabia” ou “eu te disse”, mas apenas a manifestar apoio,
suporte e um ombro amigo é também das coisas mais preciosas e valorosas dessa
vida.
Ser pai não deve ser tarefa fácil. Ser um pai que impulsiona
o vôo de seus filhos para vê-los conquistar o mundo e a própria vida, guardando
em silêncio suas próprias aflições e preocupações deve ser tarefa ainda mais
difícil.
Eu não sei quantas vezes eu cometi erros ou falhas com meu
pai, não sei quantas vezes eu poderia ter sido melhor do que fui. Sei apenas o
quanto guardo meu pai num lugar dentro do meu coração com muito amor, muito
respeito e uma imensa gratidão.
Seres humanos não são perfeitos, todos nós cometemos falhas,
erros e injustiças. Pais quando possuem essa compreensão de que por vezes
falhamos e de que falhamos eventualmente todos, sem apontar dedos ou falhas nos
outros é dos maiores confortos para a alma que pode haver.
Meu pai, minha mãe, meus irmãos, meus avós, tios, primos,
minha família hoje tão longe... todos e cada um deles me mostrou e ensinou
coisas diferentes, únicas, preciosíssimas. Pode ser que nem eles tenham a
consciência do quanto me mostraram e ensinaram, uma vez que os grandes exemplos
e lições que tive, tive ao observá-los, vê-los, a tentar percebê-los. É
verdade, acho que eles, todos eles, não sabem o quanto me deram e o quanto me
fizeram crescer e ser quem eu sou hoje. Talvez também não saibam o quanto os
carrego aqui comigo, dentro do coração, todos os dias e a cada batida que meu
peito dá.
Talvez também não saibam que as vezes, nas conversas que eu
tenho com pessoas de um ou de outro lugar do mundo, ouço-me dizer alguma coisa
e vem a minha mente instantaneamente a imagem de um ou de outro rosto de minha
família, seguida por um sorriso meu – pois é minha família a falar através de
mim – são essas pessoas tão importantes e especiais para mim a ganhar voz aqui,
pela minha boca, do outro lado do mundo.
Hoje é dia dos pais no Brasil. Hoje é dia para celebrar
aqueles que ensinam, que educam, que amparam e que nos ensinam a voar. Hoje eu
saúdo meu pai, e saúdo também minha família toda, que tanto também me ensinou e
ensina, amparou e ampara, me fez e me faz voar mais e mais alto.
Amo vocês, feliz dia dos pais!
11 de ago. de 2012
Fugir
Por muito tempo carreguei comigo a dúvida de que talvez
todas as minhas motivações fossem fuga de alguma coisa.
Hoje percebo que havia
mesmo razão para essa dúvida. Tomei grandes e difíceis decisões, escolhi
caminhos tortuosos e incertos, arrisquei o que eu tinha e o que eu não tinha
para “ouvir” as certezas que meu coração carregava.
Mas sim, eu estava a fugir.
Fugir de tudo que não vale a pena, fugir do que é supérfluo, ilusão, irreal.
Fugir do que é materialismo, do que é sistêmico e sem alma, fugir do que não
faz sentido, do que não é amor e partilha, gratidão e afeto. Fugir do que é
apego, do que é abuso, do que é mentira. Fugir do que não presta, do que nada
acrescenta ao coração e à vida, à evolução e ao amor.
Eu não sou o dinheiro que
eu ganho, eu não sou as coisas que eu compro, eu não sou a roupa que visto, a
aparência que tenho nem tão pouco sou a casa onde vivo. Eu não sou o trabalho
que eu faço, o emprego que eu tenho, a mala que eu carrego.
Os caminhos e escolhas
que assumi, assumi em nome de algo maior para mim – o que eu sou e o que eu
posso ser. Algo que não se negocia, não se troca, não se vende. “Perdi” muito
para “ganhar” a mim mesma – quanto mais será preciso “perder”, quanto mais será
preciso “fugir”? O quanto for necessário. Sempre.
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